Jardim Mário Soares.Campo Grande Lisboa Domingo, 7 de novembro.O Jardim do Campo Grande, recentemente rebatizado Jardim Mário Soares, é uma espécie de "tesouro" verdejante no coração da cidade de Lisboa, aprazível para breves ou longos passeios, ou simplesmente para repousar. Tem disponíveis vários equipamentos desportivos, um parque infantil e um parque de merendas. A grande atração é, no entanto, o lago, construído durante o reinado de Luís I, onde é possível alugar barcos a remos. Já é longa e diversificada a história do Jardim do Campo Grande, que chegou a ser palco de corridas de cavalos, no início do século XIX. Na década de 1920, sempre que o tempo permitia, a sociedade elegante marcava ali rendez-vous, para conversar sob as acolhedoras sombras ou passear nas largas alamedas ensolaradas. A sociabilidade dos anos 1920, na capital portuguesa, surge agora retratada na obra Os Loucos Anos 20 - Diário da Lisboa Boémia, editada pela Planeta..A Virgem do Bristol Clube.De Reinaldo Ferreira (Repórter X) Segunda 8 de novembro.Romance escrito pelo célebre Repórter X, que retrata a ambiência da Lisboa dos anos 1920, dos seus clubes e cabarets. Conta a história de Palmira, uma jovem que vem para a capital à procura de emprego. Por não conseguir melhor ocupação, rende-se, primeiro, à profissão de corista, no Parque Mayer, e, depois, de papillon (raparigas que deambulavam pelos cabarets, para cativar a clientela masculina), no Bristol Club, o mais famoso clube da cidade, frequentado pela elite artística e endinheirada, que vivia ao ritmo de charlestons e foxtrots..ABC e Ilustração (anos 1920).Hemeroteca Municipal de Lisboa - Hemeroteca Digital Terça 9 de novembro.Foi na década de 1920 que se acentuou o hábito de ler magazines, semanais ou quinzenais, como o ABC, a Ilustração (criados no decorrer dos anos 1920), ou a Ilustração Portuguesa, que nasceu no início do século, mas sobreviveu, dentro dos mesmos moldes, até ao ano de 1924. Recheados de fotografias e ilustrações, os magazines foram os mais fiéis retratistas da transformação social que se viveu durante os loucos anos 20, espelhando as particularidades, mas também as contradições de uma época particular. Estes magazines foram uma das principais fontes da obra Os Loucos Anos 20 - Diário da Lisboa Boémia. Alguns desses magazines e outros periódicos podem ser consultados, em versão digital, no site da Hemeroteca Municipal de Lisboa - Hemeroteca Digital..Versailles.Avenida da República, 15 Lisboa Quarta 10 de novembro.Inaugurada na Avenida da República, a 25 de novembro de 1922, a Pastelaria Versailles foi um importante catalisador da sociabilidade que ainda faltava às Avenidas Novas, projetadas por Ressano Garcia. A abertura da patisserie (como então era designada), promovida por Salvador José Antunes, era o impulso que faltava para catalogar a zona como bairro da moda para residir. A moderna Versailles agradava na forma e no conteúdo, destacando-se os traços de Arte Nova, quer do edifício quer do seu interior. Durante os loucos anos 20, era um dos lugares de eleição do obrigatório, mas pouco pontual, chá das cinco, frequentados pela elite mundana. A tradicional pastelaria, que é também restaurante, continua, ainda hoje, em funcionamento, com muita animação a qualquer hora do dia e da noite. O prédio onde se encontra a Versailles (o número 15 da Avenida da República), foi classificado como Património Imóvel do Interesse Público em 1996..Parque Mayer.Teatro Maria Vitória Quinta 11 de novembro.Espaço criado em 1922 para recriar, de modo permanente, as antigas feiras, que faziam as delícias dos lisboetas durante os meses mais quentes do ano. Para além de cafés, restaurantes e múltiplos divertimentos, como tiro ao alvo, argolas e carrosséis, o Parque Mayer tinha também os seus teatros, que apresentavam sobretudo revistas, o género de eleição da década de 1920. Primeiro o Maria Vitória, depois o Variedades, e, mais tarde, o Capitólio e o ABC. Aquando da inauguração do Capitólio, em 1931, edifício com o emblemático traço do arquiteto Luís Cristino da Silva que começou por funcionar como cinema, já o Parque Mayer era uma referência para os habitantes da cidade, que todas as noites enchiam as ruas, os restaurantes, os teatros e as mil e uma diversões que proporcionava. Hoje já pouco ou nada resta desse espaço de diversão noturna, mas no Maria Vitória, a revista continua a subir ao palco todas as noites..Casa do Alentejo.Rua das Portas de Santo Antão, 58 Lisboa Sexta 12 de novembro.Começou como Grémio Alentejano, em junho de 1923 (só mais tarde se designaria Casa do Alentejo), para finalmente dar corpo à ideia de juntar a "colónia alentejana em Lisboa". Em 1923, o Grémio arrenda o Palácio Alverca - que durante a década de 1920 albergara o Clube Magestic, posteriormente designado Monumental Club -, para o transformar na sede da associação regionalista. O espaço, que atualmente integra um restaurante e uma taberna onde se podem degustar iguarias alentejanas, preserva a arquitetura que envolvia as animadas noites de boémia dos loucos anos 20, onde se destacam a escadaria em mármore, através da qual se chega ao átrio central (qual cenário das mil e uma noites), e um amplo pátio árabe, com arcarias em volta, coberto por uma cúpula envidraçada..Chiado.Teatros São Luiz, São Carlos, Ginásio e Trindade Sábado 13 de novembro.Na Lisboa da década de 1920, o Chiado continuava a ser, tal como no início do século, lugar de peregrinação obrigatória da Lisboa mundana, requintada e elegante. A "caminhada" começava depois do almoço, com visitas aos ateliês das conceituadas modistas ou um périplo pelas sofisticadas lojas da zona nobre da capital, prosseguia por volta das cinco da tarde, nas pastelarias da moda, para o chá das cinco, e acentuava-se ao fim da tarde, nas esplanadas dos muitos cafés. À noite, a azáfama fazia-se sentir à porta dos teatros que funcionavam na zona: São Luiz, São Carlos, Ginásio e Trindade. Pelo Chiado do século XXI, já com as cores de outono a pintarem os céus, propõe-se uma viagem para descobrir "vestígios" desse passado efervescente: as lojas centenárias, cafés e pastelarias como A Brasileira ou a Bénard, mas também os teatros, três dos quais ainda em funcionamento. Do antigo Ginásio, resta apenas a fachada (o interior foi demolido), mas que também pode ainda ser apreciada, na Rua Nova da Trindade..Escolhas de Paula Gomes Magalhães, investigadora do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade da Letras da Universidade de Lisboa
Jardim Mário Soares.Campo Grande Lisboa Domingo, 7 de novembro.O Jardim do Campo Grande, recentemente rebatizado Jardim Mário Soares, é uma espécie de "tesouro" verdejante no coração da cidade de Lisboa, aprazível para breves ou longos passeios, ou simplesmente para repousar. Tem disponíveis vários equipamentos desportivos, um parque infantil e um parque de merendas. A grande atração é, no entanto, o lago, construído durante o reinado de Luís I, onde é possível alugar barcos a remos. Já é longa e diversificada a história do Jardim do Campo Grande, que chegou a ser palco de corridas de cavalos, no início do século XIX. Na década de 1920, sempre que o tempo permitia, a sociedade elegante marcava ali rendez-vous, para conversar sob as acolhedoras sombras ou passear nas largas alamedas ensolaradas. A sociabilidade dos anos 1920, na capital portuguesa, surge agora retratada na obra Os Loucos Anos 20 - Diário da Lisboa Boémia, editada pela Planeta..A Virgem do Bristol Clube.De Reinaldo Ferreira (Repórter X) Segunda 8 de novembro.Romance escrito pelo célebre Repórter X, que retrata a ambiência da Lisboa dos anos 1920, dos seus clubes e cabarets. Conta a história de Palmira, uma jovem que vem para a capital à procura de emprego. Por não conseguir melhor ocupação, rende-se, primeiro, à profissão de corista, no Parque Mayer, e, depois, de papillon (raparigas que deambulavam pelos cabarets, para cativar a clientela masculina), no Bristol Club, o mais famoso clube da cidade, frequentado pela elite artística e endinheirada, que vivia ao ritmo de charlestons e foxtrots..ABC e Ilustração (anos 1920).Hemeroteca Municipal de Lisboa - Hemeroteca Digital Terça 9 de novembro.Foi na década de 1920 que se acentuou o hábito de ler magazines, semanais ou quinzenais, como o ABC, a Ilustração (criados no decorrer dos anos 1920), ou a Ilustração Portuguesa, que nasceu no início do século, mas sobreviveu, dentro dos mesmos moldes, até ao ano de 1924. Recheados de fotografias e ilustrações, os magazines foram os mais fiéis retratistas da transformação social que se viveu durante os loucos anos 20, espelhando as particularidades, mas também as contradições de uma época particular. Estes magazines foram uma das principais fontes da obra Os Loucos Anos 20 - Diário da Lisboa Boémia. Alguns desses magazines e outros periódicos podem ser consultados, em versão digital, no site da Hemeroteca Municipal de Lisboa - Hemeroteca Digital..Versailles.Avenida da República, 15 Lisboa Quarta 10 de novembro.Inaugurada na Avenida da República, a 25 de novembro de 1922, a Pastelaria Versailles foi um importante catalisador da sociabilidade que ainda faltava às Avenidas Novas, projetadas por Ressano Garcia. A abertura da patisserie (como então era designada), promovida por Salvador José Antunes, era o impulso que faltava para catalogar a zona como bairro da moda para residir. A moderna Versailles agradava na forma e no conteúdo, destacando-se os traços de Arte Nova, quer do edifício quer do seu interior. Durante os loucos anos 20, era um dos lugares de eleição do obrigatório, mas pouco pontual, chá das cinco, frequentados pela elite mundana. A tradicional pastelaria, que é também restaurante, continua, ainda hoje, em funcionamento, com muita animação a qualquer hora do dia e da noite. O prédio onde se encontra a Versailles (o número 15 da Avenida da República), foi classificado como Património Imóvel do Interesse Público em 1996..Parque Mayer.Teatro Maria Vitória Quinta 11 de novembro.Espaço criado em 1922 para recriar, de modo permanente, as antigas feiras, que faziam as delícias dos lisboetas durante os meses mais quentes do ano. Para além de cafés, restaurantes e múltiplos divertimentos, como tiro ao alvo, argolas e carrosséis, o Parque Mayer tinha também os seus teatros, que apresentavam sobretudo revistas, o género de eleição da década de 1920. Primeiro o Maria Vitória, depois o Variedades, e, mais tarde, o Capitólio e o ABC. Aquando da inauguração do Capitólio, em 1931, edifício com o emblemático traço do arquiteto Luís Cristino da Silva que começou por funcionar como cinema, já o Parque Mayer era uma referência para os habitantes da cidade, que todas as noites enchiam as ruas, os restaurantes, os teatros e as mil e uma diversões que proporcionava. Hoje já pouco ou nada resta desse espaço de diversão noturna, mas no Maria Vitória, a revista continua a subir ao palco todas as noites..Casa do Alentejo.Rua das Portas de Santo Antão, 58 Lisboa Sexta 12 de novembro.Começou como Grémio Alentejano, em junho de 1923 (só mais tarde se designaria Casa do Alentejo), para finalmente dar corpo à ideia de juntar a "colónia alentejana em Lisboa". Em 1923, o Grémio arrenda o Palácio Alverca - que durante a década de 1920 albergara o Clube Magestic, posteriormente designado Monumental Club -, para o transformar na sede da associação regionalista. O espaço, que atualmente integra um restaurante e uma taberna onde se podem degustar iguarias alentejanas, preserva a arquitetura que envolvia as animadas noites de boémia dos loucos anos 20, onde se destacam a escadaria em mármore, através da qual se chega ao átrio central (qual cenário das mil e uma noites), e um amplo pátio árabe, com arcarias em volta, coberto por uma cúpula envidraçada..Chiado.Teatros São Luiz, São Carlos, Ginásio e Trindade Sábado 13 de novembro.Na Lisboa da década de 1920, o Chiado continuava a ser, tal como no início do século, lugar de peregrinação obrigatória da Lisboa mundana, requintada e elegante. A "caminhada" começava depois do almoço, com visitas aos ateliês das conceituadas modistas ou um périplo pelas sofisticadas lojas da zona nobre da capital, prosseguia por volta das cinco da tarde, nas pastelarias da moda, para o chá das cinco, e acentuava-se ao fim da tarde, nas esplanadas dos muitos cafés. À noite, a azáfama fazia-se sentir à porta dos teatros que funcionavam na zona: São Luiz, São Carlos, Ginásio e Trindade. Pelo Chiado do século XXI, já com as cores de outono a pintarem os céus, propõe-se uma viagem para descobrir "vestígios" desse passado efervescente: as lojas centenárias, cafés e pastelarias como A Brasileira ou a Bénard, mas também os teatros, três dos quais ainda em funcionamento. Do antigo Ginásio, resta apenas a fachada (o interior foi demolido), mas que também pode ainda ser apreciada, na Rua Nova da Trindade..Escolhas de Paula Gomes Magalhães, investigadora do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade da Letras da Universidade de Lisboa