50 milhões para modernizar imóveis
O governo lançou ontem um programa dirigido às empresas que sejam proprietárias de imóveis afetos à atividade turística ou indústria, no valor de 50 milhões de euros. O ministro da Economia anunciou que o objetivo é apoiar os empresários a "modernizar e desenvolver os seus imóveis" e que este apoio poderá funcionar ainda com a opção de "sale and leaseback"(operações de compra e subsequente arrendamento de longo prazo de imóveis ).
Este programa visa apoiar o investimento das empresas do turismo e da indústria traduzindo-se na realização destas operações, "com salvaguarda da opção de recompra por parte das empresas e tem como objetivo disponibilizar liquidez que permita o investimento por parte das empresas, sobretudo, na adaptação, requalificação e modernização dos imóveis afetos à atividade turística ou industrial", adianta o comunicado do governo.
O ministro António Costa Silva, que discursava na abertura do 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal, que arrancou ontem em Fátima, referiu que este programa será gerido pelo Turismo de Fundos, que investe especialmente em imóveis afetos às atividades turística e industrial. O montante máximo por operação é de seis milhões de euros. O valor da renda resulta da aplicação de uma taxa fixa de 4% sobre o valor de aquisição (será acima de 2,5% para imóveis em Territórios de Baixa Densidade).
No mesmo congresso, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, Bernardo Trindade, apelou ao governo que disponibilize mais apoios às empresas do setor. "A autonomia financeira das empresas degradou-se durante a pandemia, as linhas de crédito foram importantes, mas caminham para a sua maturidade. A tesouraria futura é uma incógnita, precisamos de ver as maturidades alargadas das linhas de crédito", pediu o responsável.
Bernardo Trindade relembrou que a pandemia fez o país "recuar 20 anos nas dormidas" e sublinhou as nuvens cinzentas que pairam sobre a atividade do setor nos próximos meses. "Se por um lado estamos a bater recordes, por outro, a guerra na Ucrânia trouxe um grau de incerteza que não nos permite saber o nível de resultados este ano. Tudo está mais caro e a perspetiva mantém-se incerta."