50 anos da obra de Gérard Castello-Lopes inaugurada hoje

Uma exposição retrospetiva da obra fotográfica de Gérard Castello-Lopes, com 153 imagens, um terço delas inédito, e objetos pessoais do fotógrafo, vai ser hoje inaugurada no espaço BES Arte & Finança, em Lisboa.
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Intitulada "Aparições -- A Fotografia de Gérard Castello-Lopes 1956-2006", a mostra cobre 50 anos da carreira do fotógrafo, falecido em fevereiro deste ano, e irá ainda conter retratos do criador captados por outros fotógrafos, como Augusto Cabrita, Carlos Afonso Dias e José M. Rodrigues.

A exposição é organizada em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e será uma homenagem póstuma ao fotógrafo, uma das maiores figuras da cultura portuguesa.

Considerado o principal representante da "geração de ouro" da fotografia portuguesa, que emergiu nos anos 1950 - a par de outros nomes como Sena da Silva e Carlos Afonso Dias - Gérard Castello-Lopes introduziu na fotografia portuguesa o que de melhor se fazia no estrangeiro.

No entanto, a maior parte destas obras permaneceram desconhecidas até à sua revelação pela Galeria Ether, em Lisboa, na década de 1980. Ao contrário dos colegas, Gérard Castello-Lopes retomou a fotografia em 1982 e continuou a expor até 2008.

Nascido em Vichy, França, em 1925, Castello-Lopes morreu em Paris a 12 de fevereiro de 2011, após uma vida dividida entre Portugal e França cujo percurso marcou não apenas a fotografia, mas também o cinema - como crítico, ator, assistente de realização e administrador dos Filmes Castello Lopes - e também o jazz, como cofundador do Hot Clube de Portugal em 1948.

A exposição - concebida e organizada por Jorge Calado - integra, entre outras obras, a famosa fotografia da pedra ("Portugal, 1987"), em cinco tamanhos diferentes, e dois terços das imagens serão de provas vintage, sendo que cerca de meia centena são imagens inéditas, todas da coleção da família do autor.

Além deste espólio do artista, a mostra reúne ainda oito obras da BESart - Colecção Banco Espírito Santo, peças cedidas pelo Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão da Fundação Calouste Gulbenkian, do Museu Colecção Berardo, da Galeria Fernando Santos (Porto) e por vários colecionadores particulares.

Em abril de 2012 a exposição viajará para Paris, para ser exposta nas novas instalações do Centre Culturel Calouste Gulbenkian, no Boulevard de la Tour Maubourg.

Jorge Calado, comissário da mostra, é professor catedrático aposentado e investigador do Centro de Química Estrutural do Instituto Superior Técnico. Foi o iniciador da Colecção Nacional de Fotografia em 1988.

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