49 mortos em queda de avião no Kentucky
A América despertou ontem com a notícia do pior acidente aéreo no País desde 2001. Um Bombardier Regional Jet (CRJ 200) daComair, uma subsidiária da Delta Airlines, despenhou-se passava das 06.00 locais (11.00 em Lisboa), logo após a descolagem do aeroporto de Lexington, Kentucky. Morreram 49 pessoas e houve um sobrevivente, que ontem à noite se mantinha em estado crítico, no University of Kentucky Hospital .
O ferido, segundo avançou a cadeia noticiosa CNN, citando fontes do aeroporto de Blue Grass, é um elemento da tripulação, o primeiro- -oficial James M. Polehinke, que foi retirado do aparelho pelas equipas de socorro. A principal causa da morte dos 47 passageiros e dos outros dois tripulantes, cujos corpos estavam carbonizados, terão sido as chamas que irromperam no aparelho após o impacto com o solo.
O voo 5191 da Comair, com destino a Atlanta, percorreu apenas cerca de quilómetro e meio antes de se despenhar numa zona arborizada nas imediações do aeroporto. A última comunicação do piloto com a torre de controlo registou-se às 06.18, minutos depois de ter sido dada autorização para a descolagem.
As duas caixas negras do avião foram recuperadas pelas equipas de socorro, mas até à hora de fecho desta edição não tinham ainda sido avançadas as possíveis causas do acidente. No entanto, a hipótese de atentado foi imediatamente afastada pelas autoridades locais.
Numa conferência de imprensa ao início da tarde, Don Bornhorst, presidente da Comair, admitiu que as informações sobre o acidente eram ainda "fragmentárias". O responsável explicou que o avião foi adquirido novo, em 2001, e contabilizava 14 500 horas de voo , média "normal num aparelho desta idade", sendo que nunca lhe tinham sido detectadas quaisquer anomalias: "A última manutenção foi feita ontem [sábado] e não há nada que se possa destacar como possível causa", garantiu. "Todos os procedimentos rotineiros de manutenção foram cumpridos."
O CRJ, um jacto de fabrico canadiano, é utilizado no transporte de passageiros desde 1992 e é actualmente um dos aviões mais populares do mundo entre as transportadoras que se dedicam aos voos regionais. O seu histórico regista já um total de seis acidentes mortais -incluindo um caso em tudo semelhante ocorrido na China em 2004. No entanto, até pelas centenas de aparelhos em circulação, está longe de ser tido por uma aeronave perigosa.
Através de um comunicado da Casa Branca, o Presidente norte- -americano, George W. Bush, manifestou-se "profundamente triste" com o sucedido, garantindo que "os seus pensamentos estão com as famílias das vítimas desta tragédia".
Ontem à noite, enquanto as equipas de resgate continuavam a transportar os corpos para uma morgue improvisada junto ao local da tragédia, decorriam várias vigílias e orações em memória das vítimas.
O acidente de ontem foi o mais grave desde 12 de Novembro de 2001. Nessa data, dois meses depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro nas Torres Gémeas e no Pentágono, um Airbus A300-600 da American Airlines despenhou-se, pouco após a descolagem do aeroporto JFK, em Nova Iorque. Cerca de 260 pessoas morreram, entre tripulantes, passageiros, e habitantes de casas atingidas pelo aparelho.