45 milhões mais 15 em variáveis. As contas do Real para levar Inácio
O jornal AS voltou ontem a reafirmar o interesse do Real Madrid no central sportinguista Gonçalo Inácio, 22 anos, juntando-lhe agora novas revelações. De acordo com o diário desportivo espanhol, que cita fontes conhecedoras do processo, apesar da cláusula de rescisão do jogador ser de 60 milhões de euros, a SAD leonina está recetiva a negociar uma proposta de 45 milhões fixos, mais 15 em variáveis, números que encaixam no que é a pretensão dos blancos.
Segundo foi possível apurar, ainda não foram encetadas negociações formais e concretas entre os dois clubes, algo porém que deverá estar para breve. O AS revela que no final deste mês ou em inícios de dezembro a operação pode avançar, garantindo que é quase 99% certo que Gonçalo Inácio deixará Alvalade na próxima janela de transferências. Resta saber se rumo a Madrid a outro tubarão europeu.
Inácio, de 22 anos, titularíssimo do Sporting e já internacional português, é o preferido do Real Madrid para reforçar o centro da defesa já na reabertura do mercado de transferências de janeiro. Isto porque o clube merengue precisa com urgência de mais um central, dado que Militão se lesionou com gravidade e vai falhar praticamente o resto da época, existindo apenas no plantel mais três alternativas para o eixo da defesa: Alaba, Nacho e Rudiger.
De acordo com o AS, há muito que o central é observado pelo Real Madrid. O clube espanhol, porém, não é o único emblema europeu que segue o jogador, pois o Manchester United também pondera a possibilidade de avançar em janeiro para a contratação - Liverpool e Newcastle também têm sido apontados como possíveis destinos pela imprensa inglesa.
Fontes próximas do jogador, contudo, garantem ao jornal espanhol que Inácio dá prioridade aos merengues, até porque sempre teve o sonho de um dia vestir a camisola do clube onde jogaram dois dos seus ídolos, Cristiano Ronaldo e Luís Figo, ambos jogadores que, tal como ele, foram formados no Sporting.
Gonçalo Inácio, que foi lançado no Sporting por Rúben Amorim em outubro de 2022, num jogo em Alvalade frente ao Portimonense, fez no início deste ano a sua estreia na seleção portuguesa. E recebeu vários elogios do selecionador Roberto Martínez. "O Gonçalo tem um perfil muito moderno. Tem capacidade de jogar com muito espaço, tem muitos jogos numa linha de três, e era importante ter este perfil. Por isso, achei que era importante tê-lo em campo" disse após a goleada por 4-0 sobre o Liechtenstein, em março.
O jogador, que começou no Almada, mas que ingressou cedo no Sporting, aos 11 anos, joga como central mais descaído para o lado esquerdo, mas já foi utilizado à direita e até a médio centro, como aconteceu no recente jogo da Taça de Portugal, frente ao Farense. Uma polivalência que agrada os clubes interessados, pois significa mais opções para os treinadores.
Tímido e introvertido, características que Rúben Amorim tem ajudado o jogador a superar, Gonçalo Inácio tem contrato com o Sporting até 2027, renovado em agosto, e uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros (antes era de 45M). O novo vínculo permitiu também premiar o jogador em termos salariais, passando de um ordenado líquido de 400 mil euros por época para cerca de um milhão.
O ano passado, numa entrevista ao Jornal Sporting, Gonçalo Inácio admitiu que uma das suas referências na posição de defesa central foi o francês Jeremy Mathieu, jogador que representou os leões e que há pouco tempo anunciou o final da carreira.
Antes de se mudar aos 11 anos do Almada para o Sporting, Inácio chegou a fazer uns treinos no Benfica. "Não joguei lá, fiz uns treininhos. Fui lá e o carro [do pai] avariou duas vezes. Uma vez o homem do reboque até disse que eu tinha de estar do outro lado da Segunda Circular. Também não gostava de estar lá", contou no podcast ADN de Leão, revelando, porém que não foi por causa do transporte que não ficou na Luz.
Na mesma entrevista, recordou que começou a jogar como guarda-redes, por influência do pai, que tinha a alcunha de Meszaros e jogava nessa posição. "Eu queria ser guarda-redes, o meu pai não deixou. Via o meu pai e também queria ser guarda-redes. Como eu tinha pé esquerdo ele não queria que eu fosse guarda-redes. Nas escolinhas joguei a extremo, mas depois passei para defesa."
Ontem, pela primeira vez esta época em jogos relativos ao campeonato, o central não foi titular na receção ao Estrela da Amadora (à hora do fecho desta edição, a partida ainda não tinha terminado). Uma decisão de Rúben Amorim tendo em conta que Inácio tem quatro amarelos e se visse mais um falharia o dérbi de domingo na Luz, contra o Benfica, agendado para as 20.30.
nuno.fernandes@dn.pt