376 mulheres assassinadas em Portugal desde 2004

Relatório da União de Mulheres Alternativa e Resposta refere que a maioria das situações surgem como o culminar de uma escalada de violência numa relação de intimidade.
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É o 20.º caso desde Janeiro. A ex-mulher de Aires Ferreira, antigo autarca de Torre de Moncorvo, é a mais recente vítima. O ano passado foi também sangrento: 15 mulheres abatidas a tiro, nove esfaqueadas, quatro espancadas, cinco asfixiadas. As restantes morreram afogadas e queimadas. A maioria mortas dentro de casa.

São "mulheres que foram brutalmente assassinadas por aqueles com quem um dia pensaram ser felizes" e, se olharmos para os números sistematizados pelo Observatório de Mulheres Assassinadas, entre 2004 e 2013, as estatísticas revelam números impressionantes: em Portugal, foram mortas 356 mulheres, durante aqueles nove anos, precisamente, num suposto contexto de amor. Se somarmos os casos deste ano contabilizam-se 376 mulheres mortas desde 2004.

"Uma realidade que a todos/as deve envergonhar" lê-se no mais recente relatório da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) que dedica a sistematização do ano de 2013 às 37 mulheres mortas e às 36 que foram alvo de tentativa de homicídio.

A esta escalada de violência, a UMAR aponta para vários fatores, designadamente os ciúmes e atitude possessiva.

Os dados deste Observatório (obtidos através dos relatos na imprensa escrita nacional) revelam que, no ano passado, 76% do total dos femicídios (discriminação de género) ocorreram em relações de intimidade presentes e passadas, sendo o grupo etário entre os 51 e os 64 anos aquele que registou mais ocorrências. De seguida, surgem os grupos etários de mulheres com idades entre os 36 e os 50 anos (19%).

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