Realizado pelo Hospital de S. João e pelas Faculdades de Medicina, de Engenharia e de Desporto da Universidade do Porto, este estudo acompanhou 233 mulheres desportistas que, voluntariamente, se submeteram a exames de avaliação da força dos músculos do pavimento pélvico. A análise concluiu que 29% das desportistas entre os 14 e os 40 anos sofrem de incontinência urinária, sendo a incontinência por esforço a mais frequente. As praticantes de atletismo são as mais afetadas e há casos, como os atletas de trampolim, em que 80% sofrem deste problema.. "Com este estudo pretendemos saber quais as razões porque as atletas estão a perder urina, saber quais os tratamentos que podem fazer e alertar para a importância da prevenção", afirmou à agência Lusa a investigadora Teresa Mascarenhas. A ideia principal é ter uma fisioterapia destinada a resolver os problemas de incontinência entre as desportistas e os investigadores dizem estar no bom caminho, tendo obtido com um novo protocolo de tratamento uma taxa de cura superior a 85%. A incontinência é um problema que afecta sobretudo mulheres (cerca de 30%), sendo muito comum depois do parto e durante a menopausa. Estes investigadores descobriram agora que as jovens atletas, mesmo nunca tendo passado pela experiência de um parto, começavam a ficar incontinentes, tornando-se num grupo de risco..Teresa Mascarenhas alerta para o impacto psicológico e emocional deste problema, nomeadamente entre as desportistas de alta competição, que precisam de elevada concentração, que pode ser perturbada pela incontinência. Acresce ainda o risco de abandono da prática desportiva, até porque quase 20% das inquiridas no estudo referiram que o problema afeta de forma negativa a sua vida diária. A incontinência urinária mais frequente é a de esforço, que se caracteriza pela perda involuntária de urina ao tossir, espirrar, levantar objectos pesados ou fazer qualquer tarefa com esforço.