2 meses após eleições, Itália tem um Governo de unidade

Itália já tem Governo. A composição do novo Executivo está a ser anunciada, depois de Enrico Letta, encarregado de formar Governo pelo Presidente italiano, se ter reunido com ao início da tarde com o chefe do Estado Giorgio Napolitano, na sede da presidência, Palácio do Quirinal. A tomada de posse foi anunciada para amanhã.
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Até agora vice-secretário do Partido Democrata, Letta fora designado pelo Presidente italiano para formar Governo na quarta-feira, missão que aceitou "com reservas", ganhando tempo para uma ronda de consultas com as diferentes forças políticas italianas antes de comunicar ao Chefe do Estado a sua decisão definitiva.

E se Enrico Letta é o primeiro-ministro, o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior é Angelino Alfano, número dois do Povo da Liberdade, o partido de Silvio Berlusconi. As importantes pastas da Economia a Finanças foram entregues ao ex-diretor do Banco de Itália, Fabrizio Saccomani, tendo o ministério dos Negócios Estrangeiros sido entregue à ex-comissária europeia Emma Bonino. Anna Maria Cancellieri, até agora ministra do Interior no Governo de tecnocratas de Mario Monti, será a nova ministra da Justiça. Ao todo são 21 ministros (oito deles sem pasta).

O novo Governo, disse o novo chefe do Governo italiano, "tem uma forte componente feminista". Há sete mulheres no novo Executivo. O Presidente Napolitano, que foi reeleito na semana passada depois de os principais partidos não terem conseguido chegar a acordo sobre a eleição de um novo chefe do Estado para Itália, disse: "É o único Governo possível. Pelo interesse de Itália e da Europa, não se podia demorar mais em formar Governo.

Mergulhada numa grave crise económica e financeira, como, aliás, outros países da Zona Euro, Itália teve eleições antecipadas nos dias 24 e 25 de fevereiro. O resultado: Partido Democrático em primeiro lugar, com maioria absoluta na câmara dos Deputados, mas sem maioria absoluta no Senado. Em segundo lugar ficou o Povo da Liberdade de Berlusconi, que não se cansou de oferecer um Governo de unidade nacional ao centro-esquerda, mas sem sucesso. Em terceiro ficou o Movimento 5 Estrelas, do humorista Beppe Grillo, pouco dado a compromissos e crítico da classe política italiana atual.

Assim, desde fevereiro que Mario Monti, o ex-comissário europeu e tecnocrata, liderava o país interinamente. E os italianos à espera de um Governo. E a UE à espera de um Governo para os italianos. Monti, recorde-se, assumiu o poder em novembro de 2011, depois de Berlusconi ter perdido o apoio da maioria dos deputados e ser forçado à demissão. O ex-comissário, cuja formação política ficou apenas em quarto lugar nas eleições de fevereiro, demitiu-se ao saber que Berlusconi tencionava candidatar-se, mais uma vez, ao cargo de primeiro-ministro de Itália.

Ainda com alguns processos judiciais pendentes, nomeadamente o do chamado caso 'Rubygate', em que é acusado de prostituição de menores e abuso de poder, verá Berlusconi agora a sua vida política chegar ao fim?

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