16 mil azulejos restaurados valem prémio SOS Azulejo

As obras revelaram que este é um dos primeiros trabalhos assinados pelo mestre Policarpo de Oliveira Bernardes.
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José Luís, guardião da Igreja da Misericórdia, no centro de Viana do Castelo, faz as honras da casa. A igreja fica mesmo à direita de quem entra na Casa das Varandas, um exemplar único de arquitetura, mistura de italianos e flamengos, na Praça da República, centro histórico de Viana do Castelo. "É ouro sobre azul", diz. Literalmente. Não há altar sem talha dourada, não há milímetro de parede sem azulejo azul e branco. Recuperados entre 2012 e 2013, recebem hoje o prémio de conservação e restauro do SOS Azulejo, uma cerimónia que também vai distinguir a carreira do artista Manuel Cargaleiro.

A igreja foi mandada construir em 1716 para substituir a anterior, do século XVI, em risco de ruir. A encomenda do interior foi feita a um dos melhores de então: António de Oliveira Bernardes. Mas é o filho, Policarpo, que executa a obra. "Policarpus Oliva fecit", assinou.

"Terá sido o primeiro trabalho executado por Policarpo fora da oficina do pai", escreve João Alpuim Botelho no estudo A Representação das Obras de Misericórdia nos Azulejos da Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, que é lançado em livro na sexta-feira, coincidindo com as festas da santa padroeira, Nossa Senhora da Visitação, que terminam no domingo.

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