Mais de 200 mil "interesses" e 150 encontros depois, Sebastian continua solteiro
Sebastian Stadil "mostrou interesse" em 203 mil mulheres da área da Baía de São Francisco, estado norte-americano da Califórnia, investiu em 150 primeiros cafés, 52 segundos encontros e 17 terceiras saídas, mas continua solteiro (e quase seis mil euros mais pobre.)
"Estava determinado a encontrar 'a tal', ainda que isso significasse contactar toda a área da Baía", explica o engenheiro de software que, pouco depois de terminar uma relação séria, decidiu procurar um novo amor no Tinder, uma popular aplicação de encontros.
"Uma vez que tenho 31 anos e, eventualmente, quero uma família, percebi que não devia procrastinar. Os encontros normais eram um pesadelo, por isso pirateei [o sistema]", confessa o jovem.
Confrontado com as baixas taxas de 'correspondência' apresentadas pela aplicação em questão, decidiu construir um software paralelo que lhe permitiu "deslizar para a direita" (método de seleção usado pelo Tinder, isto é, o utilizador desliza para a direita se está interessado no homem/ mulher apresentado(a) e para a esquerda se o cenário for o inverso) milhares de potenciais namoradas de uma só vez.
"Automatizei tudo: frases de engate, mensagens subsequentes, gravação de número de telemóvel", conta, no artigo que partilhou ao terminar a sua experiência. O resultado? Um email diário com a compilação de fotografias, contactos, perfis e respostas recebido pelo engenheiro que, desesperadamente, procurava a próxima relação séria.
Ainda assim, Stadil não conseguiu encontrar quem procurava, um resultado que, segundo o Washington Post, é, mais do previsível, inerente ao algoritmo das aplicações de encontro. Para terem as mesmas oportunidades de encontro que as mulheres, os homens [heterossexuais] têm de "mostrar interesse" em 18 vezes mais potenciais companheiras. As razões apontadas pelo jornal são simples: as mulheres são mais seletivas, logo, num ambiente inundado por potenciais pares ideais, apenas os homens com melhores perfis conseguem o destaque necessário.
Não é, portanto, uma questão de volume de propostas - como insistira o jovem americano - mas de qualidade. Stadil já abandonou o software paralelo (que não planeia tornar público), orientando-se agora, na grande piscina dos amores verdadeiros, segundo o conselho de amigos.