150 mil veteranos tomam medicamentos para 'stress'
Defesa. Ex-combatentes vão realizar o seu primeiro Congresso em 2009
O número de ex-combatentes portugueses que tomam medicamentos contra os distúrbios pós-traumáticos do stress de guerra (DPTS) ronda os 150 mil, disse ontem o presidente da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (APVG).
Augusto Freitas, que falava ao DN no âmbito da celebração do Dia do Veterano de Guerra - iniciativa estatutária da APVG -, ontem realizada em Guimarães, explicou ao DN que aquele número resulta dos estudos e trabalhos de investigação da associação com diversas instituições, nomeadamente as universidades do Minho, Católica e Lusíada.
Esses estudos centram-se em quatro áreas, adiantou Augusto Freitas: psicologia, medicina, sociologia e ciências da educação. "São 150 mil homens que, para além do apoio clínico, ainda recebem outros tipos de ajuda, como a terapia individual, familiar ou de grupo", adiantou o líder da APVG à Lusa, à margem do encontro de ontem dos veteranos de guerra.
Esse encontro foi antecedido por um colóquio realizado no fim-de-semana, também em Guimarães, onde se abordaram dois temas: a realidade histórica e sociológica da guerra colonial, as suas consequências e influências na vida dos ex-combatentes; a realidade do veterano da guerra colonial, como foi e como é, quais as respostas. Esta última abordagem esteve a cargo dos membros da Federação Portuguesa das Associações de Combatentes, que agrupa seis estruturas a nível nacional.
A iniciativa serviu também como preparação para o primeiro Congresso dos veteranos de guerra, a realizar em Lisboa no próximo ano. A iniciativa vai servir para "ver se o Governo resolve de vez" os problemas que afectam os ex-combatentes, disse Augusto Freitas, embora reconhecendo que o Executivo "tem ajudado imenso" nos últimos meses. |