10 peças de design português para ver no MUDE

"Como se pronuncia design em português?" reúne cerca de 150 peças de 76 autores portugueses dos últimos 60 anos, no MUDE - Museu do Design e da Moda, em Lisboa.
Publicado a
Atualizado a

1. Cómoda de Siza Vieira. As formas retas e a preocupação com a estrutura são marcantes no design nacional, diz a diretora do Museu do Design, que dividiu a nova exposição do MUDE em três núcleos. Predomínio da forma sobre o ornamento, o primeiro, inclui esta cómoda assinada por Álvaro Siza Vieira, que é exibida ao lado de um contador do acervo do Museu Nacional de Arte Antiga. Separadas por muitos anos mas semelhantes nas formas e na robustez, considera Bárbara Coutinho, que também assume a curadoria.

2. Cadeira Osaka'70. António Garcia desenhou esta cadeira para a exposição universal de Osaka, Japão, em 1970, como indica o seu nome. Só foi produzida industrialmente nos anos 80, e por breve período, pela Fábrica Osório de Castro, em Mafra. Denota outra característica do design nacional: "uma escassez de meios que suscita inventividade"

3. Xadrez. O designer Carlos Galamba criou este jogo de xadrez para a 2.ª exposição do Design Português, em 1973, declinando o cilindro de várias formas até obter as várias figuras do jogo.

4. Peça de secretária. É uma das peças de Filipe Alarcão que pode ser vista na exposição. Foi cedida pelo autor à semelhança do que acontece com muitas das peças que foram coligidas para esta exposição. Muitas ficaram-se pelo protótipo, outras foram descontinuadas.

5. Cadeira. O arquiteto da "Casa Portuguesa", Raul Lino, também aparece na exposição com uma cadeiras (e as telhas) que concebeu para a Casa do Cipreste, em Sintra, em 1913-1914, à luz do seu interesse pelo Arts & Crafts. Pertence ao núcleo que mostra o interesse do design português pelos seus materiais e pelas suas técnicas.

6. Igor. O aspeto futurista da peça de Pedro Silva Dias induz em erro: esta cómoda é um trabalho artesanal, concebido para a Loja da Atalaia nos anos 90 e pertence ao "novo design".

7. Galo de Barcelos. O arquiteto das Amoreiras, do antigo Banco Nacional Ultramarino e, mais recentemente, do Estádio do Sporting, Tomás Taveira, tem uma faceta de designer que se revela no galo de Barcelos que reinterpretou nos anos 80 para a exposição "New Transfigurations", na galeria Cómicos.

8. Banco Pata Negra. O tradicional banco mocho, que pertence à memória coletiva nacional, está amplamente representado nesta exposição do MUDE. Com este banco com pés de porco preto, batizado de Pata Negra por Fernando Brízio, na interpretação de Siza Vieira ou na de Henrique Calheta (com uma trave diferente num dos lados, tornando-o também num escadote).

9. Jarra. À semelhança da peça Pata Negra, esta peça de Souto Moura, "Mão Aberta", remete para as jarras com vários pontos para colocar flores e para a tradição, terceiro e último núcleo desta exposição, dedicado a explorar o casamento entre erudito e simbólico.

10. Peças de cerâmica. Exercício de releitura do barro tradicional português, este conjunto de peças dos Pedrita (os designers Pedro Ferreira e Rita João) também pertence ao derradeiro núcleo de peças. A exposição pode ser vista no MUDE até 31 de maio (entrada livre).

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt