10º pacote de Sanções tem "acordo político"
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho afirmou na tarde desta segunda-feira, em Bruxelas, que já "há um entendimento político" em torno do 10º pacote de sanções contra a Rússia, que "ainda esta semana será aprovado".
João Gomes Cravinho adianta que o pacote de sanções "vai incluir uma centena de novos indivíduos ou entidades, vai incluir também proibição de exportações, provavelmente no valor de cerca de 11 mil milhões de euros, exportações de peças e equipamentos que indiretamente contribuem para o esforço militar russo".
Por agora falta apenas fechar "os detalhes técnicos", num pacote que está em grande parte negociado, que será extensível ao Irão, que também será um dos alvos das medidas punitivas da União Europeia.
"Vão ser sancionadas sete entidades iranianas relacionadas com o fabrico de drones, que depois são enviados para a Rússia", revelou o ministro Gomes Cravinho.
Neste pacote de sanções ainda não será incluída a energia nuclear. "O enfoque não está no nuclear", afirmou o ministro, admitindo que "naturalmente, no futuro o nuclear terá de ser contemplado".
Um dos tópicos controversos nas medidas europeias é a possibilidade de sancionar o comércio de diamantes, mas o ministro garante que desta vez serão incluídos no pacote de sanções.
"Há muitos aspectos ainda por definir, mas obviamente que não há razão para excluirmos os diamantes", afirmou João Gomes Cravinho garantindo mesmo que "os diamantes vão ser contemplados".
Em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, João Gomes Cravinho considerou ainda que a visita do Presidente dos EUA, Joe Biden a Kiev envia "duas mensagens" para o Presidente russo, Vladimir Putin, "o único que ainda não compreendeu que vai perder esta guerra".
"Há momentos em que gestos são mais eloquentes do que longos discursos e a visita do presidente Biden é particularmente eloquente em enviar duas mensagens", afirmou, identificando, em primeiro lugar, "uma mensagem de solidariedade e apoio para a Ucrânia, para o povo ucraniano" e em segundo lugar "uma mensagem também muito clara para o presidente Putin no sentido daquilo que já a maior parte do mundo o percebeu, mas parece que ele ainda não compreendeu, que ele não vai ganhar esta guerra".
"Julgo que a visita do presidente Biden demonstra muito claramente que estamos muito unidos, Estados Unidos, na União Europeia, em relação à Ucrânia e que não deixaremos cair a Ucrânia", considerou João Gomes Cravinho.
Questionado sobre se partilha a preocupação com o Alto Representante para a Política Externa da União Europeia, sobre o potencial envio de armamento para a Rússia, Cravinho afirma que a UE "não tem nenhuma informação que permita dizer que a China vai fazer isso".
"A China tem dito que não apoia militarmente a Rússia e a nossa convicção é que a China deve manter a sua palavra. Seria extremamente negativo se a China apoiasse a Rú militarmente e, obviamente, colocaria a China numa luz completamente diferente no que toca às relações com a União Europeia", afirmou.