1.º de Maio marcado pela agressão a Vital Moreira

O 1.º de Maio de 2009 ficou marcado pelo crescendo de conflitualidade que não é mais do que o reverso do meio milhão de desempregados que Portugal actualmente regista. No desfile da UGT, que esteve parado durante 40 minutos por causa de uma ameaça de bomba, João Proença  exigiu mais medidas no combate à crise económica e social
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O cabeça de lista do PS às eleições europeias de 7 de Junho, Vital Moreira, foi ontem expulso da manifestação do 1.º de Maio promovida pela CGTP num clima de insultos e de grande violência latente. Vital Moreira integrava uma delegação de convidados socialistas - onde estavam a eurodeputada Ana Gomes, Vítor Ramalho, Maria José Gamboa e Carlos Trindade - e quando ia apresentar cumprimentos a Carvalho da Silva foi recebido por manifestantes que o chamaram "traidor" e "mentiroso", ao mesmo tempo que lhe 'atiravam' com água das garrafas que traziam nas mãos.

Rodeado por vários manifestantes que prosseguiam os insultos e perante um "vai-te embora", o candidato do PS acabou por deixar rapidamente a manifestação. Carlos Trindade, dirigente da CGTP e que integra a corrente socialista foi fundamental a tentar parar parte da agressividade dos manifestantes . Para além disso, logo a seguir aos incidentes Carlos Trindade lamentou o sucedido e apresentou desculpas da CGTP.

Já no palanque dos discursos Carvalho da Silva lamentou os incidentes que rodearam Vital Moreira mas advertiu claramente que "os políticos em campanha eleitoral devem respeitar o sofrimento dos trabalhadores". Lembrou que em vésperas de um ciclo eleitoral "os políticos devem interpretar as causas que levaram à situação".

As reacções ao sucedido não se fizeram esperar. O PS manifestou-se indignado por não ter recebido um pedido formal de desculpas do PCP e CGTP pela agressão e acusou estas organizações de terem gerado nos últimos anos "ódio" contra os socialistas. "Até ao momento nem a CGTP-IN nem o PCP apresentaram qualquer pedido de desculpas a Vital Moreira ou ao PS, o que acentua a nossa indignação e a veemência com que rejeitamos este acto de atropelo dos mais elementares princípios democráticos", disse Vitalino Canas. Miguel Portas do BE lamentou a agressão e o clima de "sectarismo". Também Paulo Rangel, cabeça de lista do PDS , classificou as agressões e os insultos de que o candidato do PS foi alvo como "vis" e condenou um eventual aproveitamento político do sucedido. O cabeça de lista do CDS-PP Nuno Melo, repudiou a agressão e os insultos de que foi alvo o candidato do PS, Vital Moreira, apelando à "elevação e educação" na campanha eleitoral. O incidente chegou ao twitter com o deputado do PCP Miguel Tiago a adiantar que "Vital Moreira é que agride os trabalhadores portugueses há muito tempo!" o que levou a criticas duras dos socialistas António Galamba e Jorge Seguro Sanches.

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