As águas frias do Atlântico continuam a proteger Moledo das enchentes. Mesmo com a presença de colunáveis que a mantém nas páginas dos jornais e revistas, Moledo é refúgio que tem sobrevivido e que ainda possui espaço no seu areal para os reencontros entre os amigos que aí passaram a infância à conta das férias dos pais, mesmo com a pequena invasão dos espanhóis que procuram ter um pé na margem direita do rio Minho, a Galiza, e outro na margem esquerda, o Norte de Portugal.
A paisagem marítima continua a mesma e só as montanhas que confortam as costas dos banhistas é que passaram a ter um elemento de modernidade, uma frente de moinhos eólicos que se sobrepõem, pelo seu gigantismo, aos destroços que confirmam a existência dos seus antecessores e a algumas cruzes espalhadas pelos lugares de fé e peregrinação.
E, não fosse a mancha de novas residências de férias, até se poderia dizer que os cheiros do iodo e do sargaço matinais permanecem por inteiro e que as tardes de algum vento continuam a gerar um espírito moledense como no tempo em que era a preferida das elites da capital nortenha.