'Príncipe Valente', o clássico dos clássicos

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príncipe valente (1943-1944)

Autor. Harold Foster

Editora. Livros de Papel

Páginas. 112

Preço. 25

Classificação.

É de tal forma desmesurado o classicismo que Hal Foster incutiu em Príncipe Valente que já quando a série começou a ser publicada, a 13 de Fevereiro de 1937, parecia fora de tempo e vinda de outro mundo um traço luxuriante e "verista", enormes vinhetas que recusavam a inclusão dos balões de diálogo, uma história vagamente inspirada na lenda do Rei Artur e nos seus cavaleiros da Távola Redonda - tudo muito démodé, enfim. E, no entanto, a série rapidamente se afirmaria como um objecto de culto, permanecendo em publicação até hoje e tendo já sido alvo de numerosas reedições em álbum.

Contudo, poucas dessas reedições terão sido tão cuidadosas e apaixonadas como esta, fruto do amor que Manuel Caldas há décadas dedica a Foster e à sua obra magna. A opção pelo preto-e-branco, embora discutível - as páginas dominicais de Príncipe Valente foram sempre editadas a cores -, permite que o traço de Foster, tantas vezes mutilado por impressões duvidosas (incluindo a das edições Asa), revele aqui todo o seu virtuosismo, sobretudo nas vinhetas mais detalhadas. É verdade que depois de a BD americana ter gerado Winsor McCay ou George Herriman é difícil ver em Hal Foster um visionário do mesmo calibre, mas há em Príncipe Valente um fascínio pela grande aventura que soube conquistar várias gerações. Ter esta série integralmente publicada em língua portuguesa é um privilégio e um luxo.

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