'Peixe' mergulha para o título no regresso de Robinho

Publicado a
Atualizado a

«O Santos é o novo campeão», diz o hino do «Peixe», alcunha pela qual o clube do «rei» Pelé é conhecido. Ontem, a música tornou-se realidade, com o clube alvinegro praiano a conquistar o Brasileirão pela segunda vez no seu historial, a segunda no espaço de três anos, ao bater o Vasco da Gama, por 2-1.

Depois de um final de temporada muito atribulado, com o Santos a deixar fugir a liderança do Brasileirão, o «Peixe» viu o ano terminar da melhor forma. Não só porque o seu grande rival, o Atlético Paranaense, escorregou na penúltima jornada, com uma derrota frente ao Vasco da Gama que lhe custou o primeiro lugar, mas também porque a equipa do estado de São Paulo já pôde contar com o seu principal jogador, o avançado Robinho, que já não era titular há seis jogos, devido ao rapto da sua mãe, libertada esta semana.

Ontem, em São José do Rio Preto, num Estádio Benedito Teixeira «emprestado» a rebentar pelas costuras (o Santos tem o Vila Belmiro, a sua «casa», interditada), o «Peixe» dependia apenas de si para conquistar o ceptro mais apetecido do futebol canarinho. Sob uma pressão imensa, os pupilos de Wanderlei Luxemburgo mostraram a raça de campeões e, mesmo sem uma exibição de luxo, garantiram os três pontos, logo na primeira parte. Aos cinco minutos, Ricardinho abriu o marcador e Elano, aos trinta, ampliou a vantagem para a equipa do Santos. No segundo tempo, o «Peixe» afrouxou o ritmo e viu o Vasco da Gama reduzir.

Prémio. Com o título de ontem, o Santos conquista o seu segundo Brasileirão, que é também o segundo em três anos, após a vitória em 2002 e o segundo lugar da época passada. Este é um prémio que consagra uma geração de bons jogadores, com destaque para Diego e Renato (que sairam este ano, respectivamente para o FC Porto e Sevilha), Elano e Robinho.

No entanto, o título não significa apenas uma consagração para os jogadores. Também Wanderlei Luxemburgo está de parabéns o técnico, que já vencera a prova em 1993, 1994, 1998, 2003, atinge o pentacampeonato e confirma o seu status de melhor treinador brasileiro (nenhum outro técnico venceu o Brasileirão mais do que três vezes). Luxemburgo pode ainda gabar-se de, depois de ter sido campeão com Cruzeiro no ano passado, voltar a repetir a façanha.

Como triunfo extra, o Santos torna-se no melhor ataque de sempre da prova, ao terminar os 46 jogos com 103 golos marcados, mais um do que o anterior recorde, obtido no ano passado, curiosamente pelo Cruzeiro de Luxemburgo.

Em termos absolutos, a conquista de ontem marca o oitavo título nacional do Santos. Além dos dois títulos do Brasileirão (prova iniciada em 1971), o «Peixe» tem ainda cinco Taças Brasil (disputou-se entre 1959 e 1966) e um título Roberto Gomes Pedrosa (equivalente ao campeonato nacional, disputado entre 1967 e 1970).

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt