A nova telenovela portuguesa da TVI ainda não «nasceu» e já foi baptizada pela segunda vez: Mistura Fina é agora o nome oficial da ex-Tops e Minissaias, uma produção da NBP que irá estrear no pequeno ecrã dos portugueses já no final deste mês, em horário ainda por definir..«Vamos gravar, atenção. Silêncio. Silêncio! Acção!», gritava ontem uma responsável pelas gravações de exteriores - a decorrer no Largo do Paço do Lumiar, em Lisboa, onde está montada uma grande parte dos cenários que dão corpo à novela -, tentando controlar a vozearia dos curiosos que assistiam ao desenrolar dos acontecimentos..Na rua, câmaras e operadores desdobravam-se para fazer nascer a acção, sempre atentos às nuvens que ameaçavam chuva grossa e a interrupção das filmagens. Acelerar é palavra de ordem na fase de ultimar pormenores. Todo o tempo que resta é pouco para pôr esta Mistura Fina no ar no final do mês..«Hoje em dia ninguém faz projectos a longo prazo na vida, apenas a curto prazo. E com a TV passa-se exactamente a mesma coisa», nota Virgílio Castelo, sublinhando as diferenças entre fazer teatro e televisão, com todas as mudanças de ritmo que cada um implica. «Em teatro, tenho dois meses a dois meses e meio para aprender um texto, ele vai tomando conta de mim, fica sempre lá», explica. E na TV?.«Pensa-se muito na concorrência, de modo que a gestão de uma grelha acaba por obedecer também a estes condicionalismos», explica o actor, considerando que «o País ainda está na infância» em muitos aspectos. «Claro que queria que houvesse um comportamento de auto-regulação entre as televisões, mas isso seria muito ingénuo da minha parte», desabafa. E o público? «Lá vai tendo hipótese de resposta com o zapping. Somos adultos, podemos sempre dizer que não ao que vemos. Isso está ao nosso alcance!».jornalismo. Raquel Henriques, de 27 anos e a trabalhar em novela pela primeira vez, dá vida à figura da Marta, «uma menina mimada, aventureira, que não cria conflitos» e tem uma particularidade: é jornalista. «Tive que fazer muita pesquisa para entrar na pele de repórter de exteriores. Vou ter que andar sempre em cima das pessoas», revela. A mais-valia do papel? «Já percebo melhor o mundo do jornalismo. E o que isso custa!»