'Leopard2 A6' atração na exposição das Forças Armadas
Turistas espanhóis, norte-americanos, japoneses e italianos predominavam entre os transeuntes que foram surpreendidos pela exposição de equipamentos pesados e meios das Forças Armadas junto ao cais fluvial do Terreiro do Paço.
Cerca de uma hora após a abertura da exposição, formou-se uma fila junto ao carro de combate 'Leopard2 A6', assim que turistas e transeuntes perceberam que podiam subir, entrar para dentro do veículo e tirar fotografias.
Crianças e adultos também experimentaram a torre de escalada - uma réplica, já que as usadas pelos Comandos têm mais de 30 metros de altura - subiram à viatura de combate a incêndios em aeronaves e aeroportos.
Ricardo Ratinho, um jovem ex-militar, não estava à espera de ver, no seu caminho habitual, a fragata Vasco da Gama ao largo do Rio Tejo, o planador da Força Aérea ou a lancha anfíbia dos fuzileiros e demorou-se na visita.
"É uma forma de os jovens se aproximarem mais das Forças Armadas, as pessoas sentem que podem ter confiança. Mostram os meios com que podem proteger o país e ganham mais interesse em enveredar por esta área profissional", comentou.
Quanto à data que a exposição assinala, Ricardo Ratinho disse representar a "libertação da ditadura", afirmando esperar que as comemorações sirvam para "fazer refletir" porque "hoje vive-se outro tipo de ditadura".
"Nesta altura estamos com a crise, com outro tipo de ditadura. Isto serve para dar um bocadinho mais de alento e força às pessoas. Vamos fazer com que essa comemoração não seja só uma comemoração mas vamos tentar um ressurgir de um novo 25 de Abril", disse.
A exposição mostra também uma "Chaimite" e o helicóptero Allouete III para trazer à memória alguns dos meios que estavam em utilização há 40 anos e foram usados na Guerra Colonial.
Com 74 anos, Martinho Santana Lavado lembra-se desses tempos como uma "época de muita pobreza", num país "aproximado ao Terceiro Mundo", em que "não havia estradas", e uma grande percentagem da população "vivia em barracas", sem água canalizada ou saneamento.
"Nestes 40 anos, o país até se ajeitou. A gente sabendo como ele estava e ver como ele está agora, está muito jeitoso. Só não está bem é este governo que temos agora. Está-nos a tirar aquilo que a gente venceu nestes 40 anos", disse o reformado da Siderurgia Nacional.
Sobre os militares, o reformado reconhece que "arriscaram a vida pela liberdade".
Em declarações à Agência Lusa, após a abertura oficial da exposição, o Comandante Operacional Conjunto, tenente-general Vaz Antunes, destacou a oportunidade para "as Forças Armadas mostrarem algumas das suas capacidades à população", sobretudo na área de apoio a missões de proteção civil.
"É raro o dia em que não há uma evacuação área feita pela Forças Armadas, nos Açores e na Madeira. É raro o dia em que não há uma missão de busca e salvamento no mar que é feita com meios navais. É raro o dia em que não há uma máquina de engenharia do Exército diretamente em apoio às populações como foi o caso do Regimento de Engenharia de Espinho quando foi dos graves problemas que tivemos na costa portuguesa", sublinhou.
A mostra inclui, no recinto do Terreiro do Paço, uma cozinha de campanha, um simulador do helicóptero da Marinha, uma tenda de `airsoft", uma tenda do Instituo Hidrográfico e outra do Instituto Cartográfico, abertas ao público até às 23:00 de sábado.