'Gays' formam forças de segurança
Polícias As forças de segurança estão a receber formação da Ilga Portugal para atender queixas relacionadas com situações de ódio contra homossexuais ou transexuais para que se evitem novas formas de discriminação, disse à Lusa o presidente da associação.
"A noção que temos é de que há uma subnotificação em geral dos crimes contra as pessoas LGBT [lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgéneros], motivada pela homofobia", disse o presidente da associação Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero (Ilga).
Paulo Côrte-Real sustentou que "há uma grande incerteza em relação à forma como os serviços de segurança enfrentarão este tipo de situação". "Há o receio de uma vitimização secundária no momento da apresentação da queixa", lamentou, defendendo ser preciso "contrariar" esta situação. E isso pode ser feito através de acções de formação que "garantam que a preparação existe e que os procedimentos são definidos", disse.
Por outro lado, afirma ser preciso divulgar que as forças de segurança estão a receber essa formação para que "a percepção da população permita a denúncia". Côrte-Real lembrou casos de ódio homofóbico, como o da transexual Gisberta, no Porto, e uma milícia anti-gay que agredia em Viseu.
A acção insere-se num projecto europeu que surgiu na sequência de um relatório da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, que concluiu que a generalidade dos países não tem estatísticas e uma política explícita em relação aos crimes de ódio contra as pessoas LGBT.