'Feiticeiro' libanês ameaçado de decapitação

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Antes de ter sido preso em 2008 e condenado à morte por feitiçaria no ano passado, Ali Sabat previa o futuro e dava conselhos num popular programa de televisão libanês. Agora, poderá vir a ser decapitado por ordem de um tribunal da Arábia Saudita.

Na quarta-feira, o advogado deste homem de 49 anos, afirmou que a execução estaria prevista para os próximos dias. Entretanto, a Amnistia Internacional disse ter recebido informações que indicavam que Sabat seria decapitado durante o dia de ontem.

Por sua vez, a embaixada libanesa em Riade revelou não ter conhecimento desta situação. "Não fomos informados pelas autoridades sauditas de alguma sentença que vá ser consumada", adiantou o embaixador Marwan Zein à AFP. Zein acrescentou ainda que o caso está a ser "examinado pela justiça" e que "ainda não está na fase final".

Sabat, pai de cinco filhos, foi detido pelas autoridades durante uma peregrinação a Medina, alegadamente na posse de talismãs e plantas medicinais. O seu advogado, May al-Khansa, já viu rejeitado um recurso que apresentou em tribunal para que a condenação fosse revista, mas admitiu existir ainda a possibilidade de o seu cliente vir a ser perdoado por um governador da província onde está a ser julgado.

Mayal, que apelou à intervenção do Presidente e do primeiro-ministro libaneses, garantiu que Sabat não praticou feitiçaria em território saudita. Grupos de defesa dos direitos humanos já reagiram dizendo que "está, literalmente, a ser realizada uma caça às bruxas."

A condenação de Sabat não é um caso isolado. Em 2007, um farmacêutico egípcio a trabalhar na Arábia Saudita foi decapitado, depois de ter sido acusado de usar feitiçaria para separar um casal. Um ano antes, uma mulher foi executada por "uso de feitiçaria, recurso aos jinn (seres sobrenaturais) e sacrifício de animais".

Violação, assassínio, assalto à mão armada, apostasia, tráfico de droga e feitiçaria estão entre os crimes que podem conduzir à aplicação da pena de morte.

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