'Doping' atinge ciclismo em todas as idades

Análises positivas dos vencedores das  voltas a Portugal de seniores, juniores e cadetes  e casos suspeitos no 'masters'. Só a Volta ao Futuro escapa. Marco Chagas exige punição.<br />
Publicado a
Atualizado a

Crise atrás de crise: quase ano e meio depois do fim da LA-MSS, após uma operação da Polícia Judiciária, o ciclismo português vê--se de novo abalado por casos de doping. As análises positivas registadas nas últimas semanas envolvem os vencedores das Voltas a Portugal de vários escalões e ciclistas da corrida de masters, escapando apenas a Volta do Futuro.

Os primeiros casos divulgados, há uma semana, envolveram a elite. O português Nuno Ribeiro, vencedor da Volta a Portugal, e os espanhóis Hector Guerra e Isidro Nozal, todos da Liberty Seguros, foram suspensos preventivamente pela União Ciclista Internacional. O médico, Alberto Beltrán, foi afastado da Xacobeo Galicia, que o tinha contratado já a Volta a Espanha decorria, e a equipa patrocinada pela Liberty, a União Ciclista da Charneca, encerrada.

Estes três casos aguardam que sejam realizadas as contra-análises para confirmar a detecção de CERA (eritropoietina, EPO, de acção prolongada). O mesmo acontece em relação a dois controlos da Volta a Portugal de Masters, que juntou as velhas figuras do ciclismo português, noticiou A Bola.

Já confirmados pelos exames às amostras B estão os casos dos vencedores das Voltas a Portugal de cadetes (15 e 16 anos), João Pinto, e de juniores (17 e 18), Daniel Freitas, ambos do ADR Ases de Penafiel. "Estamos a falar de formação e não de elites... Pelo que nos foi relatado, os valores e as substâncias envolvidas são de uma sofisticação laboratorial e ao nível sénior. Falaram até em algo apenas injectável. Acusaram positivo num dia, no seguinte já estavam limpos e a seguir acusaram outra vez.", disse ao diário Joaquim Ferreira, presidente e treinador do clube, sem dizer qual o dopante encontrado. Há várias substâncias injectáveis usadas como doping (EPO, hormona de crescimento, insulina, etc.), mas que, consoante as doses, podem ser detectáveis por pouco tempo. A EPO tradicional só é visível na urina a 100% até 24 horas depois da injecção intravenosa. E quando os controlos começaram a apertar, os atletas optaram por usar microdoses.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt