'Design'

Publicado a
Atualizado a

Milão, Londres, Moscovo e Barcelona fazem parte da rota que o design nacional vai percorrer em 2006, para conquistar novos mercados. A iniciativa, intitulada Des+gn Mais, será integrada em feiras da especialidadecom 200 produtos desenvolvidos em 53 empresas nacionais onde estagiaram, durante um ano, 80 jovens designers, os criadores da maioria destes objectos.

A estratégia visa apoiar a internacionalização de produtos e marcas portuguesas, dando-lhe a mais valia do design nacional, como factor de competitividade e inovação. E o objectivo também "passa também por inverter a imagem pouco valorizada que as empresas nacionais ainda têm no estrangeiro", explica, ao DN, Maria José Nogueira, responsável do Centro Português de Design (CPD) pela ligação às empresas.

Não é a primeira vez que o CPD, criado há 15 anos, participa nestes projectos. Mas agora a novidade, sustenta a responsável, "é a forma integrada como intervimos no mercado" aliada ao "fito de gerar negócio, mais ou menos imediato".

Nesta acção com um investimento global de cinco milhões de euros são parceiros o Investimento, Comércio e Turismo de Portugal (ICEP), o Centro para o Desenvolvimento e Inovação Tecnológicos (CEDINTEC), e o CPD, que beneficiam de fundos estruturais e do Governo.

O "ensaio" da rota para 2006 foi feito há dois meses em Barcelona, com um saldo positivo, durante a feira Expohogar. "O design português está na moda" e "o país luso apresenta-se com uma imagem renovada e propostas originais" foram alguns dos comentários que a imprensa catalã publicou. Será ainda esta cidade que encerrará o périplo do próximo ano, por o mercado espanhol ser o principal destino dos nossos produtos, e um alvo eleito da política económica.

Porque se seguem Milão, Moscovo e Londres? "Londres não é um mercado tão importante como Espanha, mas é um dos cinco mais, e tem boas relações com Portugal. Vamos estar nas feiras 100% Design e na London Design Meet. Queremos associar Portugal ao país que exporta design. Mas Milão é, de todos os mercados, o mais difícil, porque Itália é a pátria do design. Vamos estar presentes na Design Week em Abril e contribuir para fazer a nossa imagem", explica Maria José Nogueira, adiantando que Moscovo "terá uma acção na embaixada portuguesa que quer ser exploratória".

sector produtivo. O estágio de jovens designers nas empresas pode contribuir para o design português sair do anonimato nacional e aliar-se aos sectores produtivos. Esta tem sido uma batalha do CPD que quer contrariar a falta de sensibilização e conhecimento do que é o design no mundo empresarial.

A vice-presidente do CPD, Beatriz Vidal, defende a necessidade de combater o apetite dos empresários, que acham "ser mais fácil copiar do que fazer de novo". E adverte que "o design só por si é muito pouco e só vale se contribuir com outras disciplinas para o mesmo fim".

No mobiliário, diz Beatriz Vidal, "temos bons produtores, mas falta a correcta relação entre o projecto, a qualidade de produção, e a comercialização. Perceber e determinar os mercados é fundamental. Mas há empresários que apostam no facilidade e impaciência. As coisas não acontecem assim. É preciso a coerência da imagem".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt