'Boom' de hostels traz preços baixos ao Alentejo
Évora é onde é mais visível o aparecimento dos hostels no Alentejo. O primeiro, o Old Évora Hostel, abriu em março de 2010 e dois anos e meio depois já existem mais "quatro ou cinco" unidades, todas situadas no centro histórico.
Nelson Veiga abriu o Hostel Santantao em abril de 2011 na Praça do Giraldo, considerada a "sala de visitas" da cidade de Évora, concretizando um projeto que tinha feito no âmbito da licenciatura em turismo.
"Havia essa necessidade, face ao encerramento da Pousada da Juventude que existia na cidade" e porque "era um segmento de mercado para o qual em Évora não existia oferta", explica o diretor do hostel.
O conceito deste tipo de alojamento, realça, tem "certas particularidades", como o facto de ser um "alojamento de baixo custo", de "ter inerente à sua conceção a partilha dos dormitórios" e a "possibilidade de os viajantes utilizarem a cozinha".
O Hostel Santantao disponibiliza quatro dormitórios e um quarto privado, num total de 20 camas, mas tem também outras valências como cozinha, biblioteca, uma varanda panorâmica e outros espaços comuns.
Mas, uma das "caraterísticas mais importantes" do conceito hostel é a "socialização" entre os hóspedes, porque o quarto é partilhado por pessoas que não se conhecem e "isso leva a que tenha de haver uma grande interação", afirma.
Pelo Hostel Santantao, onde se pode pernoitar por 15 euros, passaram no primeiro ano de atividade cerca de 1700 pessoas, numa primeira fase eram "75 por cento estrangeiros", mas, mais recentemente, o número de portugueses aumentou.
O inglês Andy Polga, de 37 anos, escolheu Portugal para passar uma semana de férias e o Hostel Santantao para passar a noite. Chegou sozinho, vindo de Lisboa, e ainda pretende visitar o Porto.
Andy já viajou por África, Médio Oriente e por "uma boa parte" da Europa e não tem dúvidas em afirmar que "a melhor maneira de conhecer outras pessoas" em países desconhecidos "é ficar num hostel".
"É onde também ficam alojados outros viajantes. Por isso, é uma boa forma para conhecermos pessoas novas, fazermos coisas juntos e recebermos ideias sobre outros sítios onde ficar", afiança.
O turista inglês, que visita pela primeira vez Portugal, diz que "poderia escolher hotéis mais caros", mas assegura que "não seria o mesmo", porque nestas unidades os hóspedes ficam "sentados sozinhos no hotel e não conhecem ninguém".
"Acho que é muito melhor ir para um hostel, onde encontramos pessoas mais amigáveis e nos divertimos mais. É, de facto, mais barato, mas não é isso que me interessa mais", acrescenta.