«É tudo muito enriquecedor...»
Alberto e Maria do Rosário Guedes, com 70 e 69 anos respectivamente, estão entre os membros da Servas mais antigos de Portugal. Inscreveram-se há quase 20 anos e como hospedeiros. «Receber pessoas é como viajar, conhecer outras culturas, costumes e línguas. Os nossos filhos falavam o inglês com os nativos. É tudo muito enriquecedor», diz Maria do Rosário.
Ambos professores reformados, ela de matemática e ele de francês, estes servas vivem numa vivenda em Guimarães. Ali criaram os cinco filhos e havia sempre um quarto disponível. Conheceram a Servas através de uma amiga da filha, estudante, e só contam histórias boas. «Vinha um casal ou duas senhoras de cada vez. O máximo de pessoas que tivemos foram cinco estudantes de Lisboa», diz Maria do Rosário, salientando que têm as fotos num álbum, como é norma de um servas. Nas duas vezes que recorreram à casa de um membro no estrangeiro, não havia disponibilidade. Receberam, sobretudo, norte-americanos e franceses, mas também acolheram muitos cidadãos do Canadá e Nova Zelândia. «Sempre pessoas delicadas, preocupadas em não transtornar os nossos hábitos. Jantavam connosco e nós tentávamos levá-los a passear ou, se não houvesse essa possibilidade, tínhamos mapas e fornecíamos a informação. Encontrámos servas com interesses muito variados», conta a professora. Perceberam, também, que quem os visitava não o fazia principalmente por razões económicas e que também queria conhecer a cultura local. «Havia quem ficasse na pousada de Guimarães, a mais cara daqui, e depois vinham passar dois dias em nossa casa», diz, sublinhando que ninguém pernoitava mais que os dias estipulados. Às vezes, voltavam já no final da visita a Portugal.
Alfredo e Maria tinham maior disponibilidade para as visitas quando trabalhavam e viviam com os filhos do que agora. «Com um horário certo era mais fácil receber. Agora temos outras actividades. Na nossa idade, a vida programa-se ao dia!»