Aos 47 anos, Jorge Dias representa a terceira geração num negócio familiar criado em 1914 mas que desde há um ano tem vindo a recentrar-se no correio urgente..Jorge Dias "herdou" um negócio de cinco empresas que "nasceram como armazém de produtos alimentares". A Abastecedora foi criada em 1914 em Pinheiro de Lafões (Oliveira de Frades). "Infelizmente não correu bem e essa actividade foi encerrada comigo", conta o empresário. "Diversificámos para o transporte de mercadorias internacional", afirma. Assim nascia a Transpinheiro, que ainda hoje emprega 50 pessoas..Só que "os combustíveis, que já representam 40% dos custos da operação, tornaram o negócio pouco atractivo e tivemos de remar contra a maré e diversificar". E a maré, para Jorge Dias, é "o transporte expresso e o courier que nos garantem outras margens e outras parcerias". E assim foi. Em finais de 2006 surgia a Abastfrota que "adquiriu os direitos de franchising da marca NACEX e abriu escritórios em Aveiro, Viseu, Guarda e Castelo Branco", revela o administrador. Os objectivos passaram por "recentrar a actividade no pequeno transporte e logística a par da grupagem"..O passo seguinte foi a compra de uma frota de 12 veículos e a criação de 20 postos de trabalho. Em Março, a empresa prepara-se para inaugurar, na zona industrial do Reigoso, em Oliveira de Frades, novas instalações, orçadas em 300 mil euros. "Vão-nos permitir crescer significativamente", afirma Jorge Dias. As novas instalações, localizadas junto à A25, "permitirão dar o salto e crescer de forma sustentada no courier, mantendo o cliente informado, ao momento, da situação do seu envio"..Entretanto a empresa criou uma linha diária para a Galiza, Astúrias e Leon e prepara-se para, "no decorrer deste ano", abrir novos escritórios NACEX em Castelo Branco, Covilhã e Águeda, "onde iremos criar 15 postos de trabalho"..Apesar de já ter investido meio milhão de euros e de achar que "é um contra-senso investir em transportes", o sorriso brilha na cara do administrador quando fala dos projectos e dos investimentos. "Estamos a empobrecer alegremente", afirma. A esperança reside na nova legislação do sector dos transportes que "veio limpar o mercado de muitas empresas que não cumpriam os requisitos". "Estou convencido de que quem tiver qualidade irá vingar num mercado competitivo e global como o da logística", afirma..Hoje, a Abastfrota emprega duas dezenas de pessoas e factura 200 mil euros, mas "as perspectivas apontam para que, com a abertura de novos escritórios, haja um incremento significativo na facturação", sustenta. |