"Seria bom terminar a carreira no Sporting"

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Central não esquece apoio dos adeptos no seu primeiro jogo

Há dois jogos consecutivos que marca golos pelo Sporting e as boas exibições foram premiadas com nova convocatória para a selecção portuguesa. O DN sport foi entrevistar Tonel, um central goleador que veio das escolas de formação do FC Porto e está a fazer história no clube de Alvalade.

António Leonel Vilar Nogueira de Sousa, mais conhecido como Tonel, nasceu em Santa Maria da Feira. Desde criança que gosta de jogar futebol e foi no Torneio Vítor Baía que começou a dar nas vistas: "O meu colégio participou neste torneio e jogámos contra o FC Porto. Eles viram-me jogar e convidaram-me para ir treinar", relembra.

Tonel tinha 13 anos quando foi representar os dragões mas nunca chegou a ter uma oportunidade na equipa principal. "Não tive grandes oportunidades no FC Porto mas isso faz parte do futebol, a equipa tinha excelentes jogadores, eu respeitei a escolha dos treinadores e continuei o meu trabalho. Mas claro que fiquei triste."

Tonel foi então emprestado à Académica e depois ao Marítimo, experiência que o central considera importante na sua carreira: "Foi óptimo para mim, pois pude aprender e evoluir, para poder um dia chegar mais alto. Era este o meu pensamento."

Depois de passar uma época no clube da Madeira, rescindiu o seu contrato com o FC Portos, na mesma época em que o Sporting ficara sem o central Enakarire. Tonel, então, teve um pensamento que se tornou realidade: "Eu pensei logo que se eles precisavam de um central podiam contratar-me. Eu já tinha sido abordado e, passados dez dias da minha rescisão com o FC Porto, eu já estava no Sporting. Foi muito bom para mim deixar um grande e ir logo para outro."

Tonel chegou a Alvalade e foi para o banco de suplentes mas este facto nunca desanimou o jogador. Muito pelo contrário. Deu-lhe força. "Quando cheguei a Alvalade, pensei que já tinha conseguido dar um passo muito importante, ao regressar a um outro clube grande, e que agora era só trabalhar para poder jogar. Estar no Sporting e ficar no banco não é nada desprestigiante. O importante era lá estar. Claro que queria mais. Trabalhei e agarrei todas as oportunidades que o treinador me deu."

No primeiro jogo pelos leões, Tonal conseguiu quebrar uma tradição. Na sua estreia na Académica marcou um autogolo, situação que repetiu quando jogou pela primeira vez na selecção nacional. No Sporting quase lhe aconteceu o mesmo, quando atrasou uma bola para o guarda-redes que quase resultou em autogolo. Mas, nessa altura, contou com um apoio fundamental. "Foi um momento marcante na minha carreira, vi logo que havia uma ligação especial e percebi que tinha vindo para o clube certo. Atrasei uma bola errada mas todos os adeptos me aplaudiram e me deram força. Apesar do erro fiquei extremamente contente por me terem apoiado", revela.

Tonel está totalmente adaptado ao Sporting, clube que diz ter um ambiente alegre e saudável no balneário, e desmente a história de que Paulo Bento cola jornais nas paredes para incentivar os jogadores: "Não é verdade. Ele nunca fez isso."

O golo marcado na Liga dos Campeões, frente ao Dínamo de Kiev , ficou marcado na carreira de Tonel: "Todos os golos são importantes e se me perguntar eu sei como foram todos eles. Mas esse teve uma visibilidade maior e para mim foi especial. Foi muito importante poder ajudar a minha equipa a vencer."

Tonel tem contrato com os leões até 2011 e vê com a agrado a possibilidade de poder terminar a carreira no clube: "Estou extremamente bem no Sporting, não penso em sair, mas não sabemos o dia de amanhã, acho que ainda vou passar em Alvalade anos maravilhosos. Seria bom terminar a minha carreira no Sporting."

A outra paixão de Tonel é a selecção nacional. "Espero vestir a camisola portuguesa mais vezes", conclui.

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