"O acordo ortográfico é uma merda"

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Homenageou Raul Solnado na Veja com um texto de 1984. Agora, o que diria sobre ele?

Minha opinião é a de antes, e agora será de sempre. Grande amigo, grande profissional, uma estima envolvida no meu carinho por Portugal.

É mais fácil ou mais difícil fazer humor actualmente? Por um lado, o Brasil apresenta muita matéria-prima, mas, por outro, há o politicamente correcto e ainda a constante ameaça da indemnização por dano moral...

O humorismo, o meu, pelo menos, nasce do indivíduo mais as circunstâncias. Não é fácil em mim, como não seria no Solnado. É inevitável.

Tem algum plano em relação a Portugal: visita, peça para mostrar, comentário ou algo assim?

Não tenho planos de vida. Vivo. Portugal, porém, está sempre em mim.

Considero Lisboa a cidade mais amável do mundo.

Acha que o acordo ortográfico vai colar ou não? Foi justo ou uma imposição das Academias de Letras?

O acordo ortográfico é uma merda. A Academia é uma excrescência de velhos tempos.

Por falar em Academia, você costumava dizer que poderia entrar para a Academia Brasileira de Letras na cadeira de José Sarney. Mantém a ideia?

É a cadeira de número 38. Torço pra que ele dure muito. Pois se morre, serei um mentiroso nacional. Como ele, alías.

Como vê o Brasil de hoje?

Extraordinário. Não me pergunte em que sentido.

Como vê a área de comunicação, com twitter, internet, mensagem por telemóvel etc?

Quanto mais meios de comunicação se criam, mais longe fica a comunicação. No twitter ainda não entrei, mas alguém pôs um twitter com meu nome e neste momento, olho, já tem 49.780 entradas. Cada vez mais me levam a essa suprema vulgaridade: ser popular.

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