"Incentivar jovens a actuar em posições mais recuadas"

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O que explica a falta de

laterais-esquerdos?

Não há muitos exemplos de grandes laterais-esquerdos no futebol mundial, depois de Roberto Carlos e Paolo Maldini, mas continua a haver bons jogadores nessa posição. Fala-se cada vez mais em escassez porque há menos canhotos do que destros e os que há são desde muito jovens colocados a jogar na frente, para aproveitar o seu talento. Em Portugal acontece isso; os esquerdinos existem em menor quantidade e quando eles aparecem com boa capacidade técnica há a tendência para tirar maior rendimento deles no ataque.

Acha possível em Portugal formar de base jogadores para posições deficitárias como esta?

É possível e devia de ser uma prioridade colmatar desde os escalões de base as posições deficitárias do futebol português. Há que incentivar os jovens jogadores a actuar em posições mais recuadas, mesmo que isso signifique em algu- ma medida algum prejuízo em termos de aproveitamento do talento num sector mais ofensivo.

No caso de se adaptar um jogador à posição de lateral-esquerdo, acha preferível recuar um esquerdino de um sector mais ofensivo ou apostar na troca de flanco de um lateral-direito?

Geralmente, opta-se por adaptar laterais-direitos porque um jogador que actua mais à frente não tem tanta cultura defensiva e capacidade de sofrimento para jogar numa posição recuada. Por isso, acho mais razoável adaptar um lateral-direito ao flanco esquerdo da defesa.

Qual é o seu exemplo de um lateral-esquerdo de eleição que colha a unanimidade por treinadores e adeptos?

Roberto Carlos é o expoente máximo da minha geração, ele foi a bitola para todos os outros. Outro seria o Paolo Maldini, mas num estilo de jogo mais defensivo que o Roberto Carlos.

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