"Há que distinguir entre o que compete a accionistas e à gestão"

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Depois da última assembleia geral, como classifica as relações com os accionistas?

Como sempre. São relações normais entre accionistas e gestão.

Sente que ganhou o banco?

Não sinto que tenha ganho nada. Ganhar ou perder é uma questão de resultados em assembleias gerais. Não sou capaz de lhe reproduzir com que percentagem o conselho de administração foi eleito e qual o voto de confiança nesta última assembleia. Mas admito que tenha andado à volta de 98, 99%.

A Eureko tentou fazer oposição na última assembleia. Falou-se também que podia substituir o Fortis na área dos seguros. ..

Não há novos negócios. Alguns assuntos que correram na última assembleia foram entre accionistas e não entre estes e a gestão. É importante distinguir-se entre o que compete a accionistas e à gestão.

Onde houve mais confusão entre esses princípios foi no BCP...

Não sei. Era preciso conhecer detalhadamente todas as situações. Eu não teria coragem de fazer essa afirmação. É cada vez mais necessário entender-se que cada um deve estar no seu lugar. Isto aplica-se à gestão e aos accionistas. Há campos e competências diferentes, tem de haver alguns interesses convergentes.

E neste momento cada um sabe onde é o seu lugar?

A gestão sabe qual é o seu lugar. Não tenho razão alguma para achar que os accionistas não sabem o que fazem.

Falou-se na entrada de novos accionistas, como o BBVA. Aí a gestão teria algo a dizer..

A gestão não tem nada a dizer.

A possível entrada do BBVA não o preocupa?

Rigorosamente nada. Não entenda as minhas palavras como uma posição de superioridade. Não se trata disso. É algo que se passa num mundo onde eu não devo actuar.

Mas pode perturbar...

Não vejo porque as mudanças accionistas perturbam. É importante distinguir o que cabe a cada um.

Mas não houve esses contactos do BBVA?

Não sei nada enquanto presidente. Tenho dúvidas de que se tenham verificado. Comigo não houve nenhum contacto.

O banco está pacificado?

A pacificação traduz-se em alguma coisa. O único índice que temos são as votações das assembleias gerais. Na última, foram provavelmente das maiores entre as empresas cotadas em Portugal. Se isto não é pacificação, onde é que ela está?

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