Filipa Pereira perdeu a mãe, Maria Virgínia, no trágico acidente. O seu pai, Laertes Pereira, ainda estava ontem internado e à espera de cirurgia no hospital em Tétuan (Marrocos). Tinha a clavícula e a perna fracturadas e um braço partido. "Foi o primeiro e último cruzeiro que os meus pais fizeram", lamentava Filipa, que estava ontem à tarde no aeroporto, à espera do voo de Casablanca, para apoiar a família Sacramento, amigos dos seus pais. Manuel Sacramento esperava ansioso pela chegada do irmão, Acácio Sacramento, de 75 anos, que vinha com ferimentos ligeiros, mas perdeu a mulher no trágico despiste. "A minha cunhada Laura, de 76 anos, morreu esmagada por baixo do banco do autocarro. Tiveram de partir o vidro da camioneta para tirarem de lá o meu irmão e a mulher." Desde que viram a notícia do acidente na televisão, na manhã de quarta-feira, Manuel e a mulher iniciaram uma ronda de telefonemas. A complicar tudo, Acácio e a mulher tinham deixado os documentos no paquete. A informação chegou na noite de quarta-feira. "Era o meu irmão ao telefone. Estava já no hospital em Marrocos, pediu um telemóvel emprestado para me ligar. Disse-me que a Laura tinha morrido", contou Manuel, de lágrimas nos olhos. Acácio Sacramento, antigo administrador da Philips, e Laura, professora reformada, faziam cruzeiros há muitos anos. O avião chegou às 15.08 à Portela. Três dos feridos seguiram de imediato de ambulância para o Hospital de S. José. Tânia Neves, de 10 anos, foi para o Hospital de Santa Maria.