"Consumidor deve ser sempre crítico"

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Os portais de comparação de preços podem esconder alguns perigos. O responsável da Izideal, Francisco Azevedo, é o primeiro a assumir que "não há muitos critérios" na escolha das empresas que estão presentes no comparador de preços. "Tem que ser um site escrito em português com encomendas online", disse ao DN.

Luís Pisco, jurista da associação de defesa do consumidor Deco, frisa que estes comparadores de preços "podem ser instrumentos interessantes mas deverão ser tidos como meros indicadores". O consumidor deve ser sempre crítico em relação à informação disponibilizada, nomeadamente se o preço apresentado inclui ou não o IVA a 19% e quais as despesas de envio. "A percentagem de desconto apresentada pode desaparecer em função desses valores", alerta o jurista. Outro sublinhado é que "neste tipo de situação não pode ser posta em causa a boa-fé da empresa que presta o serviço, mas dos anunciantes", visto que "a relação contratual é com o estabelecimento online e não com o comparador".

O responsável da Deco realça ainda outra fragilidade destes portais o processo de compra não é testado. O portal aloja empresas que pagam para anunciar os seus produtos, mas não dá nenhuma garantia de que o processo de compra corra bem. Luís Pisco lembra o sistema utilizado pela revista da Deco, a Proteste, em que as compras são concluídas e é testado todo o processo, incluindo o pós-venda.

O jurista alerta ainda que, no acto de compra, "a pessoa deve ter à disposição um processo de encomenda que lhe permita, a qualquer momento do processo, voltar atrás ou desistir. As condições contratuais devem estar claramente explícitas, assim como o valor dos portes, do IVA e os meios de pagamento". O responsável da Izideal assegura que vai fazer "uma página de informação para mostrar os serviços disponíveis [nas empresas presentes no portal]".

Os alertas da Deco são ainda mais pertinentes num negócio em que o preço é considerado o principal factor de compra "O consumidor português vai dar sempre preferência a lojas portuguesas se esse preço não ultrapassar entre 5 e 10% o valor de uma loja francesa ou alemã porque tem mais confiança, para solicitar o serviço pós-venda pode dirigir-se directamente à loja", diz Francisco Azevedo. O gerente do comparador de preços acredita mesmo que, "se o preço na Net for igual a uma loja física, não vale a pena comprar pela Net".

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