Arquiteto português distinguido pela Wallpaper como um dos mais promissores do mundo
A revista Wallpaper consagrou o português Paulo Henrique Durão como um dos 20 arquitetos promissores a nível mundial.
A publicação britânica elegeu três dos seus projetos como os que colocam Paulo Henrique Durão e o seu atelier Phyd Arquitectura entre os melhores: as casas de Pedrogão, Liteiros e Moreira.
"É uma distinção que nos deixa honrados e, ao mesmo tempo, surpreendidos. Não estávamos à espera", confessa o arquiteto ao Dinheiro Vivo. "Encaro-a como um incentivo ao nosso trabalho e às pessoas que têm colaborado connosco".
"Projetar casas é um exercício arquitetónico em que é necessário
conjugar dois mundos: Os desejos dos proprietários, por um lado, e as
necessidades, as obrigações, da arquitetura. Este jogo é muito
estimulante", explica.
O arquiteto, de 34 anos, é licenciado pela Universidade Lusíada e atualmente encontra-se a tirar um doutoramento na Universidade Politécnica de Madrid. Foi também docente nestas duas instituições, mas atualmente encontra-se focado no trabalho do seu atelier, fundado em 2006, que está a desenvolver projetos dentro e fora de portas, com destaque para o México e Angola.
Em relação a influências, como a dos vencedores do prémio Pritzker, o mais alto galardão nesta área, o arquiteto respeita o trabalho de Eduardo Souto de Moura e Álvaro Siza Vieira mas prefere não enumerar nomes a nível nacional. "Respeito tanto os seus trabalhos. Temos um país que tem reconhecida qualidade, e é normal que, enquanto arquiteto, respeite a escola do Porto, assim como a de Lisboa. Mas penso que o trabalho que desenvolvemos em determinado contexto obedece a lógicas do próprio local em que o projeto está inserido". Internacionalmente, o arquitecto espanhol Alvaro Campo Baeza surge destacado nas suas influências.
Paulo Henrique Durão recusa qualquer tipo de drama em relação à crise económica em Portugal, que abrandou brutalmente a construção civil, levando à diminuição dos projetos. "Evito ter uma atitude fatalista. Com as dificuldades em Portugal, temos procurado mais trabalho noutros contextos. Neste momento, estamos a trabalhar bastante para o exterior", sublinhando que o trabalho dos profissionais nacionais já é reconhecido lá fora.
O arquiteto espera também que este prémio sirva como "estímulo" aos recém licenciados, ateliers e arquitetos que se deparam com dificuldades para realizar o seu trabalho atualmente.
Sobre a obra mais representativa do seu trabalho o profissional recusa eleger uma e reconhece que "a obra mais emblemática é sempre a última e a mais estimulante é sempre a que está em cima da mesa".
Em relação ao trabalho como arquiteto, Paulo Henrique Durão considera que para exercer a profissão é preciso ter um sentido de missão: "O mais importante são as pessoas. O nosso trabalho é melhorar a vida das pessoas. O resto é acessório".
"O arquiteto tem um papel social importante em que os seus projetos reinventam uma pequena parte do mundo. Devemos ter uma consciência social sempre presente", defende.