O líder da Web Summit, Paddy Cosgrave, afirmou esta terça-feira que a organização vendeu mais bilhetes na segunda-feira "do que em qualquer outra segunda-feira de 2023", na sequência da polémica com o embaixador de Israel em Portugal..Foi na segunda-feira que o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, anunciou que o país não vai participar na Web Summit, que acontece entre 13 e 16 de novembro. Tudo por causa da opinião de Cosgrave sobre a anunciada ofensiva militar de Israel à Faixa de Gaza. Ora, o líder da Web Summit garante que o boicote de Israel gerou a venda de mais bilhetes..Foi através da rede social X, antigo Twitter, que o responsável da cimeira de tecnologia declarou ter aumentado a venda de bilhetes, em resposta a um investidor tecnológico israelita, Amit Karp, que anunciou na mesma plataforma que nunca mais participaria na Web Summit, acusando Cosgrave de apoiar a "decapitação de bebés"..Sobre tais afirmações, o cofundador do evento disse serem "uma mentira absoluta e uma reação exagerada perante uma declaração perfeitamente razoável e humana"..A reação por parte de Israel, que aconteceu depois de, na passada sexta-feira, o responsável da Web Summit ter afirmado no X que "crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados", aparentemente gerou uma onda de apoio "de Israel e de todo o mundo"..Apesar de Cosgrave admitir ter perdido nove investidores em 24 horas, disse ter ganho 35 novos investidores registados, além de mais 50 meios de comunicação social a solicitar passes de imprensa, contra os apenas dois que cancelaram..A publicação termina com uma tomada de posição por parte do empresário irlandês: "solidariedade com os civis inocentes de todos os lados", diz Cosgrave, sublinhando que não vai "ceder". Às suas declarações, junta ainda capturas de ecrã de algumas das mensagens de apoio que recebeu, onde se podem ler frases como "a maioria silenciosa está contigo"..Para o responsável pela Web Summit, tentar cancelar um encontro "verdadeiramente global", que sempre se pautou pela defesa da paz e prosperidade, "não é apenas ingénuo, é contraproducente".