Activo Bank lucra 5 milhões e aumenta clientes em 30%
Com o break even antecipado um ano em relação ao plano do banco, os próximos objetivos passam por aumentar a rede de clientes e continuar a crescer. No ano passado, o Activo Bank conseguiu aumentar em 30% o número de clientes, para 73,1 mil, um quarto dos quais com menos de 17 anos. Um resultado excelente, interpreta Nelson Machado, sublinhando que o crescimento não foi feito à custa de qualquer aumento dos custos operacionais - que até caíram 7%. "Continuamos a ter os mesmos 14 balcões, maximizámos os proveitos sem tocar nos custos e queremos chegar, cumprindo a mesma lógica, aos 100 mil clientes até ao final do primeiro trimestre de 2016", revelou o presidente do banco.
Como é possível continuar a crescer sem aumentar a rede de sucursais? Graças à oferta diferenciada do Activo, que sendo um banco digital funciona quase exclusivamente online (os depósitos são garantidos através dos caixas automáticos, por exemplo). "Fomos o primeiro banco a criar uma conta sem recurso a papel e vamos continuar a apostar em produtos inovadores, como uma nova aplicação mobile que permita que tudo se faça através do telefone." Incluindo investimentos, para o que está a ser lançada uma nova plataforma que permite até negociar na bolsa de forma simples e segura. Ou a criação de condições especiais para os clientes que vivem fora do país - muitos jovens que emigraram e que têm conta no banco -, para os quais está em desenvolvimento um sistema de comunicação por Skype. "Temos de pensar sempre cinco anos à frente do que está a acontecer e ajustar a nossa oferta nessa lógica", explicou o presidente do banco, que identifica como concorrentes do Activo Bank o Santander, o BPI, o Novo Banco e os restantes grandes instituições.
Depois de um ano em que o produto bancário quase duplicou (mais 95%, para mais de 19 milhões), a margem financeira cresceu 71% e atingiu uma mais-valia potencial de 9 milhões de euros em dívida pública, o objetivo de Nelson Machado é continuar a crescer. Lucros de 2,5 milhões de euros são o objetivo para este ano, sem contar com mais-valias extraordinárias.
De resto, o crédito a clientes subiu 7% em 2014, para 17 milhões de euros. "Este ano queremos dar mais crédito - não a toda a gente mas aos nossos clientes. Não queremos publicitar-nos como o banco do crédito barato e aberto a toda a gente, mas há aqui uma oportunidade no crédito pessoal e à habitação", esclareceu Nelson Machado.
Sobre os rumores de venda do banco do BCP, o presidente do Activo Bank garante que não se confirmam. "Surgiram porque houve um banco interessado, o nosso acionista recusou e o assunto ficou encerrado", afirmou, dizendo que o BCP está muito satisfeito com os resultados do Activo Bank e acrescentando que o que pode acontecer - e tem acontecido - é a importação das melhores soluções do banco digital para a casa-mãe ou mesmo para outras instituições estrangeiras. "Não imaginam a quantidade de instituições asiáticas que pedem para visitar o Activo Bank. No ano passado foram uns 30", revelou Nelson Machado, admitindo que franchisar soluções pode ser uma hipótese.