"A banca não está interessada em startups"

Empreendedores consideram que a banca portuguesa não tem experiência de investimento em startups
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Por que procura as startups alternativas à banca para conseguirem financiamento? Simples: "A banca não está interessada em startups", garantiu Domingos Guimarães, fundador da Live Content e da Academia de Código, durante a conferência do 4.º aniversário do Dinheiro Vivo.

Depois, há a falta de confiança numa realidade que a banca não conhece. "Estamos a falar de multiplicadores irreais. Quando tentamos obter financiamento, dizemos que vamos valer mil milhões de euros daqui a uns tempos. A maior empresa puramente tecnológica em Portugal vale 70 milhões", aponta Miguel Santo Amaro, fundadora da tecnológica Uniplaces, que este mês captou um investimento de 22 milhões de euros.

"Não há cultura, na banca portuguesa, de investimento em startups. As equipas não estão treinadas para investir neste tipo de empresas. O nosso sector tradicional é muito conservador, não tem experiência de investimento em startups e tem pouca experiência de parcerias internacionais. O sistema financeiro ainda tem muito para andar", acrescenta Domingos Guimarães.

Filipa Neto, fundadora da Chic by Choice, resume: "Falar com a banca é como falar com os nossos pais".

Daí que as startups se virem para outras formas de financiamento. "Estamos preocupados em fazer crescer as nossas empresas, não temos tempo para andar de banco em banco", diz Domingos Guimarães.

Sobre os riscos de a banca perder o comboio neste novo momento, Miguel Santo Amaro salienta que o risco não os bancos não investirem nas startups, é serem substituídos pelas startups financeiras. "Eu não transfiro dinheiro por um banco, faço-o através de startups financeiras", exemplifica.

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