A explosão de uma bomba junto a uma assebleia de voto na província do Baluchistão, sudoeste do Paquistão, matou dois membros das forças de segurança, elevando para sete o número de polícias mortos neste dia de eleições. Outros cinco membros das forças de segurança foram mortos num ataque diferente no noroeste do Paquistão."Houve uma explosão na cidade de Lajja, na qual dois dos nossos homens foram mortos e nove ficaram feridos", disse um oficial da força paramilitar local em comunicado de imprensa..Em outro ataque, desconhecidos armados mataram esta quinta-feira cinco agentes da polícia no noroeste do Paquistão que estavam a desempenhar tarefas de segurança no âmbito das eleições em curso no país asiático, anunciaram as autoridades.."Quatro polícias e um membro de uma unidade de polícia paramilitar foram mortos e três polícias ficaram feridos" no distrito de Dera Ismail Khan, disse à AFP Shahid Islam, um alto funcionário da polícia local..Os atacantes fizeram explodir uma bomba e depois abriram fogo contra uma carrinha onde seguiam os agentes, disse um oficial da polícia local, Khalid Khan, citado pela agência norte-americana AP..Além das cinco vítimas mortais, dois agentes ficaram feridos no ataque, acrescentou..Ninguém reivindicou a responsabilidade pelo incidente, mas a área é um antigo reduto dos talibãs paquistaneses, que frequentemente atacam as forças policiais..A Comissão Eleitoral paquistanesa disse que mais de 700 mil efetivos de segurança, militares e civis, foram destacados para todo o país para fazer face a qualquer situação adversa..Os centros de votação abriram às 08:00 (03:00 em Lisboa), com encerramento previsto às 17:00 (12:00)..As províncias do Balochistão (sudoeste) e de Khyber Pakhtunkhwa (noroeste) foram palco de ataques de rebeldes nas últimas semanas da campanha, visando principalmente as assembleias de voto e os candidatos..Na quarta-feira, dois ataques contra escritórios de candidatos políticos causaram pelo menos 28 mortos e 49 feridos no sul do Balochistão..Esta quinta-feira, um dia após estes ataques, as autoridades paquistanesas suspenderam a internet móvel no país, uma medida que foi denunciada como antidemocrática pela organização de vigilância do setor digital, Netblocks..O Ministério do Interior do Paquistão anunciou que os serviços móveis foram "temporariamente suspensos" por razões de segurança. "As medidas de segurança são essenciais para manter a lei e a ordem e para lidar com quaisquer ameaças potenciais", declarou um porta-voz do Ministério paquistanês num comunicado..A Netblocks disse que os seus dados mostram "uma perturbação na internet móvel", o que corrobora as informações fornecidas por muitos utilizadores que relataram uma interrupção.."A atual paralisação da internet está entre as mais rigorosas e extensas que já vimos em qualquer país", disse Alp Toker, diretor da Netblocks, à agência de notícias AFP.."Esta prática é fundamentalmente antidemocrática e é conhecida por dificultar o trabalho dos observadores eleitorais independentes e por causar irregularidades no processo eleitoral", acrescentou..O Governo interino afirmou repetidamente que não haveria interrupção dos serviços de comunicação móvel no dia das eleições.."Isto é um ataque aos direitos democráticos dos paquistaneses", disse Nighat Dad, responsável pela Digital Rights Foundation, uma organização não-governamental (ONG) para os direitos digitais..O líder do Partido Popular do Paquistão (PPP), Bilawal Bhutto Zardari, apelou à restauração dos serviços móveis e anunciou que o seu partido vai contestar a decisão do Governo em tribunal..A campanha eleitoral foi marcada por ataques contra candidatos e pessoal da Comissão Eleitoral, especialmente nas províncias do Balochistão (sudoeste) e de Khyber Pakhtunkhwa (noroeste) onde os movimentos rebeldes armados têm uma forte presença..Estas eleições acontecem depois de quase dois anos de instabilidade, em eleições marcadas pela polarização e pelo aumento da violência armada em grande parte do país..Estão recenseados 128 milhões de eleitores, segundo a comissão.