Montenegro com os mesmos governantes de Costa em 2015 e dois ministérios só com mulheres
O XXIV Governo Constitucional, liderado por Luís Montenegro, tem um total de 59 membros, os mesmos do primeiro executivo de António Costa, entre os quais 17 mulheres como secretárias de Estado e dois ministérios totalmente no feminino.
A lista dos 41 secretários de Estado, que fecha o elenco do executivo do PSD/CDS-PP, foi na noite desta quinta-feira aceite pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e divulgada mais de três horas depois de Luís Montenegro ter saído do Palácio de Belém para a sua primeira reunião semanal.
Estes 41 governantes, que tomam posse na sexta-feira no Palácio da Ajuda, juntam-se aos 17 ministros e ao primeiro-ministro, já empossados na terça-feira, totalizando um executivo que terá 59 elementos no total.
Este é precisamente o mesmo número -- em ministros e secretários de Estado -- que António Costa apresentou no seu primeiro executivo (2015-2019).
Em termos de mulheres, Luís Montenegro já tinha escolhido sete ministras, às quais se juntam agora 17 secretárias de Estado.
Há mesmo dois ministérios que são totalmente compostos por mulheres: o da Justiça e o da Saúde.
No caso da Justiça, à ministra Rita Júdice juntam-se agora as secretárias de Estado Maria José Barros e Maria Clara Figueiredo.
Já no Ministério da Saúde, Ana Paula Martins terá consigo Ana Povo e Cristina Vaz Tomé, esta última assumindo uma nova pasta designada Gestão da Saúde.
O maior executivo em número de governantes desde 1976, com 70 no total, foi o segundo Governo de António Costa (2019-2022), na altura da posse composto pelo primeiro-ministro, 19 ministros e 50 secretários de Estado.
De acordo com o arquivo da página oficial do Governo, o executivo que até então tinha tido mais elementos na sua primeira composição foi o XII, o último liderado pelo social-democrata Aníbal Cavaco Silva (1991-1995), com 67 no total
Finanças 'ganham' Administração Pública mas mantêm número de secretarias de Estado
O Ministério das Finanças mantém quatro secretarias de Estado, juntando o Tesouro e as Finanças numa só, mas acrescentando a Administração Pública, segundo a lista de secretários de Estado aprovada pelo Presidente da República.
A orgânica do ministério liderado por Joaquim Miranda Sarmento foi ligeiramente alterada, uma vez que a Administração Pública voltou às Finanças, como é tradicional em governos do PSD.
A advogada Cláudia Reis Duarte será a nova secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, sucedendo a Nuno Santos Félix. Licenciada em Direito e pós-graduada em Fiscalidade, é docente universitária (onde deu cadeiras de IRC e Contencioso Tributário) e consultora na Uría Menéndez - Proença de Carvalho, sociedade onde se dedicou à área do Direito Fiscal e essencialmente na área do contencioso tributário.
Já o Orçamento ficará a cargo de José Maria Brandão Brito, até agora economista-chefe do Millennium bcp, onde era responsável pela Direção de Estudos Económicos, Criptoativos e Sustentabilidade. Doutorado em economia, o sucessor de Sofia Batalha trabalhou no Banco de Portugal entre 2001 e 2006.
Por seu lado, a Secretaria de Estado do Tesouro e das Finanças, autónomas no anterior governo, ficaram concentradas, tendo sido nomeado João Silva Lopes para a conduzir. Licenciado em Direito e pós-graduado em Gestão, foi indicado, em 2013, técnico especialista no gabinete do ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia e conta no curriculum passagens como advogado na M&A - Albergaria Silva & Associados, Sociedade de Advogados RL (2006-2013) ou consultor de impostos na Deloitte (2002 a 2003).
Já a secretaria de Estado da Administração Pública ficará a cargo de Marisa Garrido, licenciada em gestão de empresas. Foi vice-presidente do IAPMEI, diretora de Pessoas e Cultura, membro do Comité Transformação e da Comissão Ética do Grupo CTT (2020 a 2023), membro do Comité de Direção da DIA Portugal, diretora de Recursos Humanos na RTP (2008 a 2014), entre outras funções.
Assuntos Europeus saem da esfera do PM e regressam ao MNE
Os Assuntos Europeus regressam à dependência do Ministério dos Negócios Estrangeiros e serão assumidos por Inês Lopes Domingos, ex-assessora económica da Presidência, enquanto o ex-consultor da Casa Civil Nuno Sampaio ficará com os Negócios Estrangeiros e Cooperação, segundo informação oficial.
De acordo com uma nota publicada no portal da Presidência da República na internet, o ministério liderado pelo ministro de Estado Paulo Rangel terá, no Governo liderado por Luís Montenegro, a tutela de três pastas: Assuntos Europeus, Negócios Estrangeiros e Cooperação e Comunidades Portuguesas. Deixa de figurar, como até agora, a Internacionalização.
Os Assuntos Europeus regressam assim à alçada do Palácio das Necessidades, depois de terem estado sob o gabinete do primeiro-ministro no último governo de António Costa, desde março de 2022, uma das principais alterações na orgânica daquele executivo.
Inês Lopes Domingos, deputada entre 2015 e 2019 e eleita em terceiro lugar, no passado dia 10 de março, pela Aliança Democrática (AD) no círculo de Aveiro, foi assessora económica do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entre 2021 e 2024.
Na Assembleia da República, teve assento nas comissões parlamentares de Finanças e de Assuntos Europeus.
Segundo a sua página na rede social LinkedIn, é investigadora na Universidade Católica Portuguesa em Lisboa desde 2009 e fundou a International Affairs Network, um 'think tank' de relações internacionais sediado em Lisboa.
Doutoranda no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, também trabalhou como economista na City de Londres.
Nuno Sampaio, que ocupará a pasta dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, foi consultor da Casa Civil do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e assessor para os Assuntos Políticos desde 2016.
Antes, foi assessor para os Assuntos Parlamentares e Autarquias Locais da Casa Civil na Presidência de Aníbal Cavaco Silva, entre 2006 e 2016.
O novo secretário de Estado é docente universitário e investigador e tem um doutoramento e mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais.
Para secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, regressa uma cara conhecida da diáspora: José Cesário, eleito pela AD no círculo de Fora da Europa, que já ocupou este cargo em três governos.
De acordo com a lista de secretários de Estado hoje conhecida, não figura a pasta da Internacionalização entre os secretários de Estado na dependência do Ministério dos Negócios Estrangeiros, como acontecia até aqui, ou do Ministério da Economia.
Economia mantém três secretários de Estado, com Pedro Machado no Turismo
O Ministério da Economia mantém, no novo Governo, três secretarias de Estado, com Pedro Machado a assumir o Turismo, um dos principais motores do crescimento económico nacional, depois de liderar a Turismo do Centro durante vários anos.
De acordo com a lista de secretários de Estado, publicada no portal da Presidência da República na Internet, o Ministério da Economia de Pedro Reis conta com três secretários de Estado: da Economia, do Mar e do Turismo.
Para liderar os destinos do Turismo, foi escolhido Pedro Machado, que esteve 16 anos à frente do Turismo do Centro, tendo saído em meados do ano passado. É mestre em Ciências da Educação e licenciado em Filosofia, tendo sido presidente da ARPT - Agência Regional de Promoção Turística Externa do Centro de Portugal e da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal.
Para a Economia foi escolhido João Rui Ferreira, secretário-geral da Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR). O novo governante tem um mestrado e licenciatura em Engenharia Química, bem como uma pós-graduação em Métodos Quantitativos em Gestão.
Para o Mar foi escolhida Lídia Bulcão, que foi jornalista e deputada à Assembleia da República pelo círculo eleitoral dos Açores. Tem uma licenciatura em Ciências da Comunicação.
Ministério do Ambiente passa de quatro para dois secretários de Estado
O Ministério do Ambiente e Energia do XXIV Governo Constitucional vai ter dois secretários de Estado, do Ambiente e da Energia, passando as Florestas e a Mobilidade para outros ministérios.
O ex-presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, será o novo secretário de Estado do Ambiente e a investigadora Maria João Pereira é nomeada secretária de Estado da Energia.
Emídio Sousa é licenciado em Administração Autárquica e mestre em Administração Pública. Renunciou à presidência da Câmara Municipal depois de ter sido eleito deputado pela Aliança Democrática (que juntou o PSD e o CDS-PP) nas eleições legislativas de 10 de março.
Doutorada em Engenharia de Minas, Maria João Pereira é atualmente investigadora e docente no Departamento de Engenharia de Recursos Minerais e Energéticos do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.
Na orgânica do anterior Governo, liderado por António Costa, o então Ministério do Ambiente e Ação Climática contava ainda com outros dois secretários de Estado: da Conservação da Natureza e Florestas e da Mobilidade Urbana.
As Florestas passam agora para o Ministério da Agricultura e Pescas, com Rui Ladeira como secretário de Estado, e Cristina Pinto Dias será secretária de Estado da Mobilidade, no Ministério das Infraestruturas e Habitação.
Pasta da Igualdade, sem Migrações, na dependência da Juventude e Modernização
A pasta da Igualdade passa a ser uma secretaria de Estado sob a tutela do novo Ministério da Juventude e Modernização, tendo o Executivo deixado cair as migrações, sem qualquer secretaria de Estado na nova orgânica de Governo.
Carla Mouro, que já foi presidente do Conselho Nacional de Juventude e assessora da Presidência da República em ambos os mandatos de Cavaco Silva em Belém, é a nova secretária de Estado Adjunta e da Igualdade, pasta que fica na dependência do novo Ministério da Juventude e Modernização, tutelado pela antiga líder da Juventude Social-Democrata (JSD) Margarida Balseiro Lopes.
No anterior governo socialista, liderado por António Costa, a pasta da Igualdade integrava também as Migrações, na dependência da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, sendo que as migrações deixam de ter secretaria de Estado neste novo Executivo.
Carla Mouro nasceu em Castelo Branco, em 1977, e licenciou-se em Relações Internacionais pela Universidade Lusófona, tendo ainda concluído um programa sobre liderança e inovação na universidade norte-americana Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 2021, segundo as informações disponíveis no seu perfil na rede social profissional LinkedIn.
Foi atleta de alta competição em atletismo, presidente do Conselho Nacional de Juventude entre 2002 e 2007, e consultora das Nações Unidas, tendo trabalhado na promoção em projetos de politicas da juventude, segundo o mesmo perfil.
Foi assessora da Presidência da República, nos mandatos de Cavaco Silva, entre 2008 e 2016 e desde 2018 é presidente executiva da Fundação da Juventude.
No ministério de Margarida Balseiro Lopes fica ainda a pasta da modernização e da digitalização, que no anterior executivo estava na dependência direta do ex-primeiro-ministro António Costa.
O novo secretário de Estado da Modernização e da Digitalização, Alberto Rodrigues da Silva, é professor catedrático do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, sendo investigador e especializado em engenharia informática
"Super" Ministério com dois secretários de Estado da Educação e um da Ciência
O "super" Ministério da Educação, Ciência e Inovação do XXIV Governo Constitucional vai contar com dois secretários de Estado da Educação e um da Ciência, mas nenhum dedicado em exclusivo ao Ensino Superior.
A lista de 41 secretários de Estado proposta pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, foi hoje aceite pelo Presidente da República e na pasta da Educação, Ciência e Inovação contam-se três nomes.
Alexandre Homem Cristo foi nomeado secretário de Estado Adjunto e da Educação, o secretário de Estado da Educação será o atual diretor-geral, Pedro Machado da Cunha, e a investigadora Ana Paiva ficará responsável pela Ciência.
Na nova orgânica, não é claro quem fica com o Ensino Superior, ao contrário dos anteriores executivos socialistas, liderados por António Costa, e social-democrata, liderado por Pedro Passos Coelho, que contava ora com um secretário de Estado do Ensino Superior, ora da Ciência e Ensino Superior.
A educação, ensino superior e ciência voltaram a estar sob a mesma tutela na orgânica do XXIV Governo Constitucional, num novo Ministério da Educação, Ciência e Inovação liderado pelo economista Fernando Alexandre.
No anterior governo, de António Costa, as pastas da Educação e Ciência, Tecnologia e Ensino Superior estavam distribuídas em dois ministérios, cada um com um secretário de Estado: da Educação e do Ensino Superior.
O novo secretário de Estado Adjunto e da Educação é o politólogo e especialista em educação Alexandre Homem Cristo, que foi assessor parlamentar do PSD na Assembleia da República, no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, e conselheiro no Conselho Nacional de Educação.
Atualmente, era colunista no jornal Observador, onde escrevia regularmente sobretudo sobre Educação, tendo sido muitas vezes crítico das políticas dos anteriores ministros João Costa e Tiago Brandão Rodrigues (ministro entre 2015 e 2022).
O secretário de Estado da Educação, Pedro Machado da Cunha, era atualmente diretor-geral da Educação, em regime de substituição, cargo para o qual havia sido nomeado há um ano.
Ana Paiva, agora secretária de Estado da Ciência, é docente e investigadora no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, tendo desenvolvido trabalho sobretudo na área da inteligência artificial, em que é doutorada.
Arquiteta Patrícia Machado Santos é a nova secretária de Estado da Habitação
A arquiteta Patrícia Machado Santos é a nova secretária de Estado da Habitação, pasta que fica na tutela do Ministério das Infraestruturas, anunciou hoje o Governo.
A Secretaria de Estado que ficará agora com Patrícia Machado Santos é uma das três que integra o Ministério das Infraestruturas e Habitação.
Segundo uma nota biográfica divulgada pelo Governo presidido pelo social-democrata Luís Montenegro, Patrícia Machado Santos é licenciada em Arquitetura, área em que tem também um doutoramento na especialidade de Tecnologias de Gestão da Construção.
Patrícia Machado Santos já trabalhou o tema da habitação nas câmaras municipais de Lisboa e de Oeiras, no distrito de Lisboa, é ainda indicado na nota.
Na Câmara de Oeiras, a nova secretária de Estado foi diretora do Departamento de Habitação Municipal.
A pasta da Habitação voltou agora a estar agregada à das Infraestruturas, depois de ter sido separada em 2022 pelo anterior Governo, liderado pelo socialista António Costa.
Além da secretaria de Estado da Habitação, o Ministério tutelado por Miguel Pinto Luz integra a secretaria de Estado das Infraestruturas, que ficará para Hugo Espírito Santo, e a secretaria de Estado da Mobilidade, com Cristina Pinto Dias.
O vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz assumiu pela primeira vez o cargo de ministro, na pasta das Infraestruturas e Habitação, depois de ter sido secretário de Estado das Infraestruturas no segundo breve Governo liderado por Pedro Passos Coelho, em 2015.
Pedro Dias, secretário de Estado do Desporto, com ligações ao futsal e desporto académico
Pedro Dias, o novo secretário de Estado do Desporto do Governo de Luís Montenegro, ocupava o cargo de vogal da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) desde 2011 e tem um historial ligado ao futsal e ao desporto académico.
Aos 55 anos, Pedro Dias assume a responsabilidade pela pasta do desporto em Portugal após um década ligado à FPF, sob a liderança de Fernando Gomes, em que, além da pasta do futsal e do futebol de praia, também teve o papel da coordenação da formação de treinadores de futebol, futsal e futebol de praia.
Com formação académica na Universidade de Beira Interior e na Universidade do Minho, em que depois também mais tarde ocupou cargos de relevo na parte desportiva, Dias está também ligado à UEFA desde 2012, fazendo parte do Comité de Futsal e Futebol de Praia.
O novo secretário de Estado foi também membro, desde 2017, da Comissão de Educação Física e Desporto na Escola do Comité Olímpico de Portugal e, em 2015, foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem do Mérito pelo Presidente da República, na altura Cavaco Silva.
Foi presidente da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) entre 1993 a 1995 e membro do Comité Executivo da Federação Internacional do Desporto Universitário (FISU) entre 2003 e 2011.
Na juventude, Pedro Dias, nascido em Vila Nova de Gaia, passou pelos escalões de formação do FC Porto em futebol e, mais tarde, chegou a ser jogador federado de futsal.
Ao nível ministerial, o Desporto vai permanecer sob a alçada dos Assuntos Parlamentares, e do ministro Pedro Duarte, tal como acontecia no mais recente Governo socialista, com Ana Catarina Mendes, depois de ter estado sob a tutela da Educação, com Tiago Brandão Rodrigues.
Na Secretaria de Estado, sucede a João Paulo Correia, que detinha ainda a pasta da Juventude, agora com Ministério próprio
Defesa volta a ter duas secretarias de Estado com Álvaro Castello-Branco (CDS) e Ana Isabel Xavier
O antigo deputado do CDS-PP Álvaro Castello-Branco e a docente e especialista em relações internacionais Ana Isabel Xavier são os dois novos secretários de Estado da Defesa, ministério liderado pelo presidente centrista, Nuno Melo.
Álvaro Castello-Branco será secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional e Ana Isabel Xavier secretária de Estado da Defesa Nacional.
O vice-presidente do CDS-PP Álvaro Castello-Branco tem 62 anos, é licenciado em Direito e foi deputado centrista entre 1999 e 2009, regressando ao parlamento entre 2015 e 2019.
Foi também vice-presidente da Câmara Municipal do Porto e Administrador das Águas de Portugal.
Castello-Branco ia substituir como deputado na Assembleia da República o presidente do CDS-PP e agora ministro da Defesa, Nuno Melo, uma vez que era o nome seguinte na lista pelo Porto indicado pelo partido. Sobe agora para o executivo.
Ana Isabel Xavier é professora associada em Relações Internacionais na Universidade Autónoma de Lisboa e ISCTE, é investigadora integrada no Centro de Estudos Internacionais e conferencista convidada da Academia da Força Aérea.
Exerceu as funções de Subdiretora Geral de Política de Defesa Nacional (2015-2017), Presidente da Associação de Auditores dos Cursos de Defesa Nacional (2014-2016) e Presidente da Associação dos Jovens Auditores para a defesa, segurança e cidadania (2009-2013).
Era coordenadora do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, órgão consultivo da direção que preparou as bases do programa eleitoral do partido, na área da Defesa Nacional. É ainda comentadora para os assuntos internacionais da RTP.
No anterior Governo, que tomou posse em março de 2022, o terceiro liderado pelo socialista António Costa, a ministra Helena Carreiras tinha apenas um secretário de Estado da Defesa Nacional, Carlos Pires.
O diplomata substituiu neste cargo Marco Capitão Ferreira, que se demitiu em 07 de julho, dia em que foi constituído arguido no âmbito do processo "Tempestade Perfeita".
O Presidente da República aceitou hoje a lista de 41 secretários de Estado proposta pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, para o XXIV Governo.
De acordo com uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa "recebeu hoje do primeiro-ministro" a proposta do conjunto de secretários de Estado, que aceitou.
A posse dos secretários de Estado está marcada para sexta-feira, às 18:00, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa
Ex-deputado Abreu Amorim vai ser secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares
O antigo deputado e 'vice' da bancada do PSD Carlos Abreu Amorim será secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e Paulo Lopes Marcelo, antigo chefe de gabinete de Moreira da Silva, ficará na Presidência do Conselho de ministros.
De acordo com a lista de 41 secretários de Estado proposta pelo primeiro-ministro, e já aceite pelo Presidente da República, Luís Montenegro não terá nenhum secretário de Estado na sua direta dependência, ao contrário do ex-chefe de Governo, António Costa, que no final do XXIII Governo constitucional tinha quatro.
Nas pastas mais políticas, o Ministério dos Assuntos Parlamentares, tutelado por Pedro Duarte, terá duas secretarias de Estado.
Carlos Abreu Amorim, doutorado em Direito e docente universitário, regressará ao centro do palco político, como secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.
Abreu Amorim, 60 anos, foi deputado entre 2011 e 2019 e vice-presidente da bancada durante as lideranças do grupo parlamentar de Luís Montenegro e Hugo Soares, tendo-se mostrado indisponível para se manter no cargo quando Rui Rio assumiu a presidência do PSD.
Sob a tutela dos Assuntos Parlamentares ficará ainda o Desporto, que terá como secretário de Estado o gestor desportivo Pedro Dias.
Em relação ao anterior executivo, saem deste Ministério a secretaria de Estado da Igualdade e a da Juventude (que acumulava com o Desporto), que passam para o novo Ministério da Juventude e Modernização, mas já sem as Migrações.
No Ministério da Presidência, liderado por António Leitão Amaro, haverá dois secretários de Estado: Paulo Lopes Marcelo, na Presidência do Conselho de Ministros, e Rui Armindo Freiras, Adjunto e da Presidência.
Paulo Lopes Marcelo é advogado e docente universitário, mestre em Direito Europeu, e foi chefe de gabinete do ex-ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia e atual dirigente das Nações Unidas Jorge Moreira da Silva.
Rui Armindo Freitas, licenciado em Economia, é administrador de empresas do setor da comunicação social (do grupo Global Media) e era coordenador da área de Investimentos e Fundos estruturais do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD.
Em relação ao XXIII Governo, o Ministério da Presidência fica sem as áreas do Planeamento e da Administração Pública, regressando esta última ao Ministério das Finanças
Historiadora de Arte Lurdes Craveiro assume secretaria de Estado da Cultura
A atual diretora do Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, Lurdes Craveiro, vai ser a nova secretária de Estado da Cultura, anunciou hoje o Governo.
Lurdes Craveiro, que toma posse na sexta-feira, junta-se ao ministério liderado pela também historiadora e ex-diretora do Mosteiros dos Jerónimos e Torre de Belém, Dalila Rodrigues.
A tutela da Cultura ficará assim nas mãos de duas personalidades ligadas às áreas do património e museologia.
Doutorada em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra com uma dissertação sobre "O Renascimento em Coimbra", segundo uma biografia patente no 'site' daquela instituição de ensino superior, onde é professora associada, é diretora do Museu Nacional Machado de Castro desde 2021.
Quando foi escolhida para o cargo disse à Lusa que tinha por objetivo uma aproximação daquele museu nacional às estruturas científicas e trabalhar coleções que estavam "a gritar por outra projeção".
Lurdes Craveiro exerceu funções de técnica superior, na década de 1980, naquele mesmo museu nacional, desenvolvendo trabalhos de investimento e inventariação de espólio
Ex-autarca de Bragança é o novo secretário de Estado da Administração Local
O ex-presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, vai ser o novo secretário de Estado da Administração Local no XXIV Governo Constitucional, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro.
O Ministério da Coesão Territorial terá dois secretários de Estado, Hélder Manuel Gomes dos Reis, no Desenvolvimento Regional, e Hernâni Dias, na Administração Local.
Hêrnani Dias renunciou em março ao cargo de presidente da Câmara de Bragança, à frente da qual esteve mais de 10 anos e quando cumpria o terceiro e último mandato, para assumir as funções de deputado na Assembleia da República, mas vai agora fazer parte da equipa do ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Hernâni Dias, de 56 anos, casado e pai de dois filhos, é natural de Fermentãos, Bragança, e é professor de Português/Francês.
Exerceu funções docentes em várias escolas do distrito de Bragança, nomeadamente na Escola Secundária de Moncorvo, Vinhais, Miranda do Douro, Vila Flor, Sendim, Vinhais e Mirandela, de acordo com a sua biografia de candidato pelo PSD.
"Caçador, praticante de ciclismo e adepto de caminhadas rurais", Hernâni Dias concorreu em 2001 às eleições autárquicas, nas listas do PSD, à presidência da junta de Freguesia de Sendas, que venceu, repetindo nas eleições de 2005, perfazendo um total de oito anos como presidente daquela junta de freguesia.
Em 31 de janeiro de 2003 foi nomeado delegado regional do Instituto Português da Juventude (Delegação de Bragança), até junho de 2005.
Nas eleições autárquicas de 2009, integrou as listas do PSD, tendo sido eleito vereador a tempo inteiro, com os pelouros do Urbanismo, Equipamento, Habitação Social, Juventude e Desporto.
Foi eleito presidente da Câmara de Bragança, com maiorias absolutas, pelas listas do PSD, nas autárquicas de 29 de setembro de 2013, 30 de setembro de 2017 e 26 de setembro de 2021.
Nas legislativas de 10 de março, Bragança atribuiu dois dos três deputados que elege à Aliança Democrática (AD), Hernâni Dias (PSD) e Nuno Gonçalves (PSD), e um ao PS, Isabel Ferreira. Em 2022, elegeu dois para o PS e um para o PSD.
A AD obteve 40,01% dos votos - 29.077 votos, e o PS ficou com 29,64% - 21.538 votos.
A coligação de direita venceu em todos os 12 concelhos do distrito de Bragança, com exceção de Freixo de Espada à Cinta, onde o PS ficou à frente com 36,79% dos votos contra 32,45% da AD.
A nível nacional, as eleições legislativas foram ganhas pela AD.
Nas legislativas foram eleitos 11 presidentes de câmaras municipais que tinham suspendido o mandato para serem candidatos, oito pelo PSD e três do PS.
O novo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, foi secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, com responsabilidade pelos Fundos Europeus entre 2013 e 2015, quando Pedro Passos Coelho era primeiro-ministro.
A Coesão Territorial é uma área governativa responsável pela tutela e execução das políticas públicas respeitantes à gestão do território, nomeadamente a aplicação de fundos comunitários, numa altura em que se está a iniciar o novo programa Portugal 2030.
O Ministério de Coesão Territorial foi uma novidade introduzida pelos Governos de António Costa e até agora era gerido pela ministra do PS Ana Abrunhosa, tendo sob a sua alçada as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e as políticas das autarquias locais, entre outras.
O Presidente da República aceitou esta quinta-feira a lista de 41 secretários de Estado proposta pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, para o XXIV Governo.
De acordo com uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa "recebeu hoje do primeiro-ministro" a proposta do conjunto de secretários de Estado, que aceitou.
A posse dos secretários de Estado está marcada para sexta-feira, às 18:00, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.