Qual foi a grande mudança trazida pela adesão à UE?
CHIPRE - Embaixador Elpidoforos Economou
É uma honra e um privilégio dirigir esta mensagem a partir da “Cidade da Europa”, Lisboa, cujo Tratado definiu a Europa moderna, ao comemorar o 20.º aniversário da adesão de Chipre à UE.
Chipre, como qualquer outro Estado-membro ou país-candidato, tem muitos benefícios com a adesão. Estes vão desde a liberdade dos cidadãos para viver, estudar ou trabalhar em qualquer parte da UE ao aumento do comércio, do financiamento e dos investimentos para os Estados-membros, através do Mercado Único, bem como às normas sociais, ambientais e de consumo mais elevadas para os cidadãos. No entanto, o maior efeito da adesão é a vantagem política.
Por conseguinte, para Chipre, é primordial constatar e utilizar as instituições da UE como a melhor garantia para alcançar o objetivo de um país reunificado, onde todos os cipriotas possam viver em paz, criar, prosperar e desfrutar de todas as grandes oportunidades que a UE tem para oferecer aos seus cidadãos.
ESLOVÁQUIA - Embaixador Tibor Králik
Há 20 anos escolhemos o nosso futuro, o caminho dos valores, da solidariedade e da prosperidade.
Com a sua entrada na União Europeia, a Eslováquia tornou-se um parceiro igualitário de países que partilham valores comuns, como a dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de Direito, os Direitos Humanos e a solidariedade.
Com recursos europeus foram construídas e reconstruídas escolas, hospitais, parques científicos, estradas e caminhos de ferro foram modernizados, e muitos projetos foram implementados.
Graças à entrada no Espaço Schengen, os controlos fronteiriços foram abolidos em 94% das nossas fronteiras, a Eslováquia obteve acesso sem visto à maioria dos países do mundo. Livre circulação de pessoas e mercadorias tornou-se mais fácil.
Hoje, podemos pagar com a moeda comum europeia em 20 países da Zona Euro. O euro ajudou significativamente as empresas, eliminou os riscos cambiais, reduziu os custos de transação e trouxe maior estabilidade e previsibilidade.
ESLOVÉNIA - Embaixadora Mojca Nemec van Gorp
A adesão à União Europeia foi um objetivo estratégico da Eslovénia desde a sua independência em 1991.
A economia beneficiou muito com a integração num Mercado Único com mais de 450 milhões de consumidores. A UE financiou mais de 15 000 projetos na Eslovénia. Desde 2007 a moeda do país é o euro e o país pertence ao Espaço Schengen.
Na UE, a Eslovénia contribui para a definição das políticas europeias comuns e tem mais influência internacional. Presidindo com sucesso ao Conselho da UE em 2008 e 2021, o país afirmou-se como um parceiro fiável.
A importância da solidariedade europeia foi evidente na Eslovénia em crises como a pandemia de covid-19, as migrações em massa, um grande incêndio e as inundações de 2023.
A adesão à UE teve, pois, impacto em toda a sociedade eslovena. O último inquérito do Eurobarómetro revela que 83% dos eslovenos estão satisfeitos com a sua qualidade de vida e a maioria confia na UE.
Concluindo, a adesão da Eslovénia à UE foi a melhor decisão para os seus cidadãos.
ESTÓNIA - Embaixadora Moonika Kase
O mais importante - a adesão à UE garantiu-nos a segurança - nunca mais estaremos sozinhos. A UE tem sido o projeto de paz mais bem-sucedido e temos o grande prazer e a honra de fazer parte deste mundo livre e seguro há 20 anos. Hoje, podemos utilizar a nossa experiência para ajudar outros países que aspiram a aderir à UE, incluindo a Ucrânia no seu caminho para a UE.
A adesão também trouxe prosperidade no domínio da economia. O PIB per capita da Estónia, a preços constantes, aumentou 64% durante a nossa adesão à UE, enquanto o volume das exportações aumentou seis vezes e o salário médio quase quadruplicou. A Estónia ocupa o primeiro lugar no mundo em número de unicórnios per capita. Certamente se vê aqui a forte ligação à adesão à UE, que consiste no capital, no conhecimento e na livre circulação de pessoas.
Fazer parte da família de países europeus com valores e objetivos comuns torna a Estónia maior.
HUNGRIA - Embaixadora Emília Fábián
Do ponto de vista político, a mudança mais importante foi a participação no processo de tomada de decisão da UE: o povo húngaro teve a oportunidade de participar ativamente em decisões que poderiam ter um impacto fundamental na sua própria vida e na vida de outros cidadãos da UE.
Do ponto de vista económico, o maior desafio foi a adesão ao mercado interno, mas também oferece uma enorme oportunidade para as empresas competitivas e inovadoras passarem de um mercado de 10 milhões para um mercado de 500 milhões, com os seus produtos e serviços.
Talvez o maior impacto na vida quotidiana das pessoas tenha sido o desmantelamento das fronteiras internas. Enquanto, após a queda do comunismo, o mundo se abriu aos húngaros que puderam viajar livremente, a adesão ao Espaço Schengen permitiu-nos viajar para muitos Estados-membros da UE como se estivéssemos a viajar internamente.
LITUÂNIA - Encarregada de negócios Lina Zigmantaitė
A adesão à UE e à NATO mudou o percurso histórico e geopolítico da Lituânia. Duas décadas de adesão à UE encorajaram-nos a tomar e a implementar decisões, o que nos trouxe uma sensação de liberdade, democracia e segurança. Registámos um crescimento económico notável e adquirimos resiliência às ameaças externas.
A adesão à UE abriu novas oportunidades para as nossas empresas, impulsionando as exportações e atraindo investimento estrangeiro. Hoje o nosso PIB é quase cinco vezes maior do que há apenas duas décadas e o investimento direto estrangeiro aumentou seis vezes. Os intervenientes globais vêm à Lituânia para se juntarem a nós na criação de soluções do futuro que mudarão a vida de milhões de pessoas.
O nosso povo desfruta de uma vida mais longa e com melhor qualidade. Mas a mudança mais importante ao longo destes 20 anos - foi abraçarmos a nossa liberdade e, ao mesmo tempo, adquirirmos a responsabilidade de contribuir para os esforços coletivos para criar o futuro da Europa.
MALTA - Embaixador John Camilleri
Ao aderir à UE, Malta embarcou numa viagem transformadora, anunciando um período de desenvolvimento significativo e oportunidades que elevaram o seu perfil internacional. Este marco catalisou o crescimento económico de Malta, impulsionado pelo acesso ao Mercado Único da UE e associado à injeção de fundos da UE, que também contribuiu para a aceleração do desenvolvimento das infraestruturas, o reforço das redes rodoviárias e de transportes, a conectividade digital e os serviços públicos, entre outros. Estes investimentos não só melhoraram a qualidade de vida dos cidadãos malteses, mas também reforçaram a reputação de Malta como um paraíso turístico. Além disso, a facilidade de viajar através do Espaço Schengen aumentou as oportunidades profissionais e educativas, tornando Malta mais atrativa para o investimento estrangeiro. Em geral, a integração num bloco económico mais vasto trouxe estabilidade, crescimento e prosperidade, alterando a economia de Malta e a sua posição na Europa.
POLÓNIA - Embaixadora Joanna Pilecka
A integração europeia contribuiu para o desenvolvimento da Polónia. Na UE estamos mais seguros, sobretudo face à agressão russa contra a Ucrânia. Esta segurança abrange várias dimensões - militar, energética, alimentar e económica.
Para a Polónia os benefícios da integração europeia vêm, entre outros, da presença no Mercado Único. De 2004 a 2022, o PIB acumulado da Polónia dobrou, o PIB nominal mais que triplicou. A exportação de bens quase sextuplicou.
O projeto europeu abriu também janelas de outras possibilidades, pois a ideia do Mercado Único refere-se, ainda, à livre circulação de pessoas. O Programa Erasmus impulsionou a formação de uma nova geração de jovens. A Polónia é um dos países mais escolhidos por estudantes portugueses, assim como Portugal é um dos países que mais atraem os jovens polacos.
Integrada em estruturas europeias a Polónia pode melhor influenciar a política global. Junto com os outros Estados-membros pretendemos ser um forte interveniente na arena internacional.
REPÚBLICA CHECA- Embaixador Martin Pohl
A adesão da República Checa à União Europeia significa muito para nós, mas como gosto de estatísticas económicas, gostaria de dar ênfase à política de coesão. O simples facto de, sem a política de coesão, o PIB da República Checa poder ser, a longo prazo, 4,7% inferior, diz muito sobre a relevância da mesma. Além disso, desde a adesão à UE, em 2004, até ao final de 2020, a República Checa recebeu 896 mil milhões de coroas a mais do Orçamento da UE, do que pagou. É por isso que estou satisfeito por a República Checa e Portugal estarem juntos no grupo Amigos da Coesão, porque sabemos o quão benéfico e importante é para os nossos países. O ano de 2004 foi ainda especialmente significativo para mim e para a minha esposa Karolína, pois foi o ano em que nasceu o nosso primeiro filho. E estamos muito felizes por ele poder viver numa UE livre, segura, democrática e próspera.
Os países do alargamento de 2004 presentes
na celebração dos 50 anos do 25 de abril
Na celebração a 25 de abril dos 50 anos da Revolução Portuguesa de 1974, os países do alargamento europeu de 2004 fizeram-se representar pelos embaixadores ou pelos chefes de Missão adjuntos nas cerimónias realizadas tanto na Assembleia da República como depois no Centro Cultural de Belém. Foi a oportunidade para uma foto de conjunto em Lisboa com oito diplomatas, tendo o Mosteiro dos Jerónimos como cenário. Assim, da esquerda para a direita: ESTÓNIA - Embaixadora Moonika Kase;
CHIPRE - Embaixador Elpidoforos Economou;
ESLOVÉNIA - Embaixadora Mojca Nemec van Gorp;
REPÚBLICA CHECA - vice-chefe de Missão Katerina Bocianová;
ESLOVÁQUIA - Embaixador Tibor Králik; HUNGRIA - Embaixadora Emília Fábián;
POLÓNIA - Embaixadora Joanna Pilecka; e MALTA - vice-chefe de Missão Mario Buttigieg.