Presidente do parlamento do Irão visita local de ataque israelita em Beirute.
Presidente do parlamento do Irão visita local de ataque israelita em Beirute.EPA/WAEL HAMZEH

Irão proíbe 'pagers' e 'walkie-talkies' nos aviões civis

Medida adotada quase um mês depois da explosão massiva e simultânea de aparelhos no Líbano, o que causou dezenas de mortos e milhares de feridos.
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A autoridade da aviação civil do Irão proibiu a partir de hoje a entrada de qualquer dispositivo de comunicação eletrónica, como 'pagers' e 'walkie-talkies' nos aviões, face a um eventual ataque israelita contra o país.

"Para manter a segurança dos voos, os passageiros do setor aéreo devem abster-se de transportar dispositivos de comunicação eletrónica, exceto telemóveis, como 'pagers' e 'walkie-talkies'", anunciou o porta-voz da Organização da Aviação Civil, Jafar Yezerlu, citado pela agência IRNA.

Segundo referiu, o transporte dos referidos dispositivos eletrónicos é proibido tanto na cabina, como nos porões das aeronaves.

Estas medidas são adotadas pelo Irão quase um mês depois da explosão massiva e simultânea de 'pagers' e 'walkie-talkies' no Líbano, que causou dezenas de mortos e milhares de feridos, incluindo o embaixador iraniano em Beirute, Mojtaba Amani, e membros do grupo xiita Hezbollah, um ataque que foi atribuído a Israel.

A proibição também surge num momento de máxima tensão relativamente a uma possível ofensiva de Israel contra o Irão, em resposta ao bombardeamento de mísseis iranianos contra o território israelita em 01 de outubro.

Nesse dia, Teerão lançou 180 mísseis contra alvos militares israelitas em retaliação pela morte do chefe político do grupo palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, em julho, e do líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um comandante da Guarda Revolucionária Iraniana em Beiturt, no final de setembro. 

Hoje, o presidente do Parlamento iraniano denunciou crimes de Israel durante uma visita a um local atacado na quinta-feira pelos israelitas no centro de Beirute, no Libano, segundo um fotógrafo da agência de notícias AFP.

"O selvagem regime sionista e o seu primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu] (...) estão a cometer estes crimes", disse Mohammad-Bagher Ghalibaf à imprensa, perante os escombros.

"As organizações internacionais e o Conselho de Segurança da ONU têm capacidade [para travar Israel], mas infelizmente mantêm-se em silêncio", acrescentou o responsável iraniano que estava acompanhado por dois deputados do Hezbollah.

Segundo uma fonte próxima do Hezbollah, o ataque, que fez pelo menos 22 mortos, teve como alvo o chefe do setor de segurança do movimento xiita libanês, Wafic Safa, cujo destino é ainda desconhecido.

O ataque de quinta-feira foi o mais mortal no centro da capital libanesa desde o início da guerra aberta, em 23 de setembro, entre Israel e o Hezbollah.

Ghalibaf reuniu-se ainda com o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, de acordo com a assessoria de imprensa do líder libanês.

Durante a entrevista, o primeiro-ministro sublinhou que "a prioridade do governo é trabalhar para um cessar-fogo", segundo a mesma fonte.

Ghalibaf deverá também reunir-se com o seu homólogo libanês, Nabih Berri, que lidera o movimento xiita Amal, aliado do Hezbollah, antes de viajar para Genebra.

A visita do presidente do Parlamento a Beirute acontece após a viagem ao país do chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, que aconteceu em 04 de outubro.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro libanês apelou à ONU para que adote uma resolução para um "cessar-fogo imediato" nos combates entre Israel e o Hezbollah.

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