Dezenas de mortos em ataque do exército de Israel em Gaza
As autoridades de Gaza, controladas pelo movimento islamita Hamas, contabilizaram mais de 40 mortes nas últimas horas em novos ataques israelitas que atingiram a Faixa de Gaza de norte a sul.
De acordo com a agência de notícias EFE, o ponto mais castigado continua a ser Jabalia, no norte do enclave, com ataques aéreos.
As incursões das tropas israelitas têm-se intensificado há mais de 10 dias.
Durante esta manhã, a ofensiva israelita nesta área deixou cerca de 17 mortos, incluindo mulheres e crianças, e vários feridos, segundo o Hamas.
O exército israelita garantiu esta terça-feira que no último dia "eliminou dezenas de terroristas" na zona de Jabalia.
Em comunicado, o exército de Israel anunciou que atacou cerca de 230 "alvos terroristas" na Faixa de Gaza e no Líbano.
As tropas israelitas atingiram "células terroristas, postos de mísseis antitanque e lançadores de mísseis superfície-superfície", refere a nota.
"As tropas israelitas eliminaram dezenas de terroristas em combates corpo a corpo e em ataques das forças armadas e localizaram grandes quantidades de armas", acrescenta.
Israel bombardeou esta segunda-feira uma área de maioria cristã localizada a sudeste da cidade de Trípoli, no norte do Líbano, deixando pelo menos 21 mortos, informou o Ministério da Saúde Pública libanês.
A Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANN) referiu que este é o primeiro atentado bombista de Israel contra a cidade de Aitou, pertencente ao distrito de Zgharta, e acrescentou que o ataque teve como alvo um apartamento residencial, enquanto os meios de comunicação locais informaram que a propriedade tinha sido recentemente alugada.
A campanha de bombardeamentos massivos de Israel, que começou no final de setembro, fez mais de 2.200 mortos e obrigou mais de 1,2 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas para fugirem à violência, segundo dados fornecidos pelo Governo libanês.
Entretanto, na Faixa, as forças israelitas continuam a concentrar os seus ataques na zona de Jabalia, no norte do enclave, onde afirmam ter "eliminado dezenas de terroristas" no último dia.
Neste local, moradores relatam que há famílias que estão presas em casas e abrigos.
Israel diz que ouve EUA mas toma próprias decisões sobre ataque ao Irão
O primeiro-ministro israelita afirmou esta terça-feira que ouve os Estados Unidos mas que vai tomar as suas próprias decisões sobre um possível ataque ao Irão, informou o jornal Washington Post.
"Ouvimos as opiniões dos Estados Unidos, mas tomaremos as nossas decisões finais com base nos nossos interesses nacionais", lê-se num comunicado do gabinete de Benjamin Netanyahu, em resposta a um exclusivo do mesmo jornal, publicado na segunda-feira.
De acordo com o The Washington Post, Netanyahu disse à administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, durante uma chamada telefónica na quarta-feira passada, que tencionava atacar as instalações militares do Irão em vez de alvos petrolíferos ou nucleares.
A ação de retaliação seria avaliada de forma a evitar a perceção de "interferência política nas eleições dos Estados Unidos", afirmou o diário, de acordo com fontes, indicando que Netanyahu compreende que o alcance do ataque israelita poderia influenciar as presidenciais de 05 de novembro.
Um ataque israelita às instalações petrolíferas iranianas poderia fazer disparar os preços da energia, com um impacto direto nos consumidores norte-americanos, enquanto uma ofensiva contra o programa nuclear do país poderia desencadear uma guerra direta entre Israel e o Irão, obrigando os EUA a intervirem, acrescentou o jornal.
O plano de Netanyahu de atacar alvos militares, como Israel fez após o ataque iraniano em abril, foi recebido com alívio em Washington, segundo o Post.
Há vários dias que os Estados Unidos dialogam com Israel sobre uma possível resposta, uma vez que Washington espera poder intervir para garantir que esta seja proporcional e não se transforme numa guerra regional com um impacto direto nas eleições.
Um aumento no preço do petróleo poderia prejudicar especialmente a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, que os eleitores veem como menos capaz de lidar com a economia do que o rival, o ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump.