Israel lança dezenas de ataques no sul e leste do Líbano
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Israel lança dezenas de ataques no sul e leste do Líbano

Os habitantes do sul do Líbano foram avisados por Israel a "manterem-se afastados dos alvos" do movimento pró-iraniano Hezbollah.
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Dezenas de ataques israelitas foram registados esta segunda-feira no sul e no leste do Líbano, noticiariam a agência de notícias oficial libanesa e os jornalistas da AFP.

Antes, Israel tinha aconselhado os habitantes do sul do país a "manterem-se afastados dos alvos" do movimento pró-iraniano Hezbollah, prometendo continuar os ataques "maiores e mais precisos".

A agência ANI informou que "aviões de guerra inimigos lançaram (...) mais de 80 ataques aéreos em meia hora", visando zonas do sul do Líbano, ao mesmo tempo que iniciaram "intensos ataques no vale de Bekaa", no leste do país.

Também os correspondentes da AFP no sul e no leste do país relataram ataques intensos. 

O primeiro-ministro do Líbano já veio denunciar um "plano destrutivo", no âmbito desta nova vaga de ataques israelitas, numa altura em que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) anunciaram que atacaram cerca de 150 alvos do Hezbollah.

“A contínua agressão israelita ao Líbano é uma guerra de extermínio em todos os sentidos da palavra e um plano destrutivo que visa destruir as aldeias e cidades libanesas”, declarou o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, durante uma reunião do Governo, segundo a AFP.

Mikati instou “as Nações Unidas", bem como "os países influentes" a "impedir a agressão (israelita)”.

A China apelou, entretanto, aos seus cidadãos em Israel para que abandonem o país "o mais rapidamente possível", devido à escalada de violência com o Hezbollah libanês ao longo da fronteira, que faz temer um conflito regional.

"Os cidadãos chineses em Israel são convidados a regressar à China o mais rapidamente possível ou a refugiarem-se num local seguro", escreveu a embaixada chinesa em Telavive num comunicado.

"A situação ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano é atualmente muito tensa, com frequentes confrontos militares, enquanto a situação de segurança em Israel permanece grave, complexa e volátil", acrescentou a embaixada.

Biden diz estar "preocupado" e a tentar evitar guerra "mais vasta"

O presidente dos Estados Unidos afirmou estar preocupado com o aumento das tensões no Médio Oriente e que está a fazer "tudo ao seu alcance para evitar uma guerra mais vasta" na região.

"Sim, estou preocupado. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar o desencadeamento de uma guerra mais vasta. Estamos a manter a pressão", disse, no domingo, Joe Biden, numa resposta breve aos jornalistas.

Também o porta-voz da Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, observou que a Administração Biden está a fazer "tudo o que está ao seu alcance para tentar evitar" que a situação atual "se transforme numa guerra total do outro lado da fronteira libanesa", face à escalada dos combates no Líbano entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah, no contexto da ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza.

"Pensamos que há melhores formas de tentar fazer regressar os cidadãos israelitas às suas casas no norte do país e de manter em segurança os que lá estão, do que uma guerra, do que uma escalada e a abertura de uma segunda frente na fronteira libanesa contra o Hezbollah", disse ao canal de televisão norte-americano ABC News.

Questionado sobre as decisões do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sublinhou que as tensões "são muito mais elevadas agora do que eram há alguns dias" e isso "sublinha a importância de tentar encontrar uma solução diplomática".

Os confrontos entre Israel e o Hezbollah começaram um dia depois dos ataques do Movimento de Resistência Islâmica Hamas e de outras fações palestinianas em território israelita, em 7 de outubro de 2023, que levaram o exército israelita a desencadear uma ofensiva na Faixa de Gaza.

As tensões aumentaram nos últimos dias, especialmente depois de uma série de explosões coordenadas em presumíveis dispositivos de comunicação do Hezbollah, que causaram cerca de 40 mortos e cerca de três mil feridos. Grande parte da comunidade internacional, incluindo a ONU, manifestou preocupação com o carácter indiscriminado do ataque.

Pelo menos 45 pessoas morreram na sexta-feira no bombardeamento israelita em Beirute. Entre os mortos encontra-se Ibrahim Akil, um membro sénior do principal corpo militar do Hezbollah, identificado por Israel como um dos alvos do bombardeamento.

O Hezbollah respondeu durante o fim de semana disparando dezenas de projéteis contra Israel, incluindo um ataque a Haifa - pela primeira vez desde o início dos combates em outubro de 2023 - enquanto Israel intensificou os bombardeamentos contra alvos suspeitos do Hezbollah no sul do território libanês.

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