Biden tinha anunciado retaliação.
Biden tinha anunciado retaliação.

Ataques dos EUA na Síria e Iraque fizeram 34 mortos. Irão já condenou

EUA lançou ataques contra 85 locais ligados à Guarda Revolucionária Iraniana em resposta a milícias pró-Irão terem matado três soldados norte-americanos. A operação foi "um sucesso", declarou a Casa Branca.
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Os Estados Unidos confirmaram esta noite de sexta-feira terem lançado ataques a 85 locais com tropas afiliadas à Guarda Revolucionária Islâmica, do Irão, na Síria e no Iraque.

Um funcionário da Casa Branca explicou que foram atacadas três instalações no Iraque e quatro na Síria, durante o ataque desta noite, que durou cerca de 30 minutos.

Pelo menos 18 combatentes pró-iranianos foram mortos no leste da Síria, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), e no Iraque 16 pessoas, incluindo civis, foram mortas, anunciou o Governo iraquiano. O que totaliza 34 vítimas mortais.

É a resposta dos EUA à morte de três soldados norte-americanos por milícias pró-iraniana, na Jordânia, num ataque a uma base militar americana.

Nos ataques desta noite, segundo o Exército norte-americano, foram utilizados vários aviões, incluindo bombardeiros.

A agência Reuters escreve que entre os alvos atingidos estão centros de controlo e comando, bem como armazenamento de munições ou centros logísticos.

O Exército informa ainda que ao todo foram utilizadas mais de 125 munições de precisão.

A operação foi "um sucesso", declarou entretanto a Casa Branca, que voltou a deixar claro que não quer uma "guerra" com o Irão.

"Os ataques americanos contra o Iraque, a Síria e o Iémen visam satisfazer os objetivos do regime sionista", acrescentou Nasser Kanani, referindo-se a Israel, um Estado que o Irão não reconhece.

O Presidente dos Estados Unidos Joe Biden garantiu que a resposta norte-americana ao ataque começou esta sexta-feira e vai continuar.

"Continuará de acordo com o calendário e nos locais que decidirmos", frisou.

"Os Estados Unidos não querem conflitos no Médio Oriente ou em qualquer outro lugar do mundo. Mas que aqueles que nos querem prejudicar saibam bem disto: se tocarem num americano, nós responderemos", salientou, de acordo com um comunicado.

Biden tinha testemunhado algumas horas antes a chegada dos corpos de três soldados norte-americanos mortos na Jordânia.

Duas fontes de segurança iraquianas adiantaram à agência France-Presse (AFP) que um dos alvos foi "um quartel-general das fações armadas na área de Al-Qaïm, perto da fronteira com a Síria com um armazém de armas ligeiras".

Um segundo ataque, na região de Al-Akachat, mais a sul e ainda perto da fronteira, teve como alvo um centro de comando das operações de Hachd al-Chaabi, uma coligação de antigos paramilitares que reúne estas fações pró-Irão, frisou uma das fontes.

Um responsável do Hachd al-Chaabi, que também falou sob a condição de anonimato, confirmou estes dois bombardeamentos, assegurando que o ataque de Al-Akachat causou feridos.

Desde meados de outubro, mais de 165 ataques de 'drones' e ataques de foguetes tiveram como alvo soldados norte-americanos destacados numa coligação internacional antijihadista no Iraque e na Síria.

Reivindicados na sua maioria por combatentes de grupos pró-Irão que se autodenominam "Resistência Islâmica no Iraque", estes ataques ocorrem num contexto de escalada de tensões na região, tendo como pano de fundo a guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

Irão já condenou ataque dos EUA

O Irão já condenou hoje "veementemente" os ataques dos Estados Unidos, denunciando "uma violação da soberania da Síria e do Iraque", segundo o porta-voz diplomático.

"O ataque de ontem à noite é uma ação aventureira e mais um erro estratégico da parte dos americanos, que não terá outro resultado senão intensificar as tensões e a instabilidade na região", reagiu Nasser Kanani em comunicado.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros não revelou se algum iraniano tinha sido morto nos ataques, nem aludiu a eventuais represálias.

O porta-voz descreveu os ataques como "uma violação da soberania e da integridade territorial do Iraque e da Síria, do direito internacional e uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas".

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