Maiores sindicatos da PSP e associações da GNR assinam acordo com o Governo
Os maiores sindicatos da PSP e associações da GNR assinaram um acordo com o Governo quanto ao suplemento de risco dos polícias, aceitando a proposta do Executivo de um aumento de 300 euros no suplemento de risco da PSP e GNR, valor que será pago de forma faseada até 2026, passando o suplemento fixo dos atuais 100 para 400 euros, além de se manter a vertente variável de 20% do ordenado base.
“Foi um acordo muito importante quer para o Governo quer para as associações e para os sindicatos. Foi um trabalho árduo. As contrapartidas têm a ver com revisão do estatuto das carreiras, regime remuneratório e ainda este ano estabelecer a atualidade de alguns subsídios, nomeadamente os renumerados e de avaliação. O Governo já está a trabalhar quer nestes documentos quer num muito importante que o Governo tem no seu programa que tem a ver com agressões a agentes de forças de segurança. Os Sindicatos e as associações que assinaram o acordo fizeram-no com grande sentido de Estado. Assinámos um acordo para 45 mil pessoas na PSP e na GNR. Houve um grande profissionalismo de todos os que se sentaram nesta mesa. O acordo vale para todos os agentes das forças de segurança. Hoje é um dia histórico, foi o maior aumento da democracia portuguesa às forças de segurança”, afirmou a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.
Já o presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia e porta-voz da plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR, Bruno Pereira, sublinhou que este não é o “acordo ideal”. “Podemos chamar-lhe meio acordo. Foi o que nós acordámos e achámos suficiente neste momento. É uma alavancagem salarial para os agentes mais jovens. É um acordo que terá de ser revisitado. Não ter acordo representa um risco muito grande para quem cá está e para quem não está e queira vir. Este meio acordo não significa que vamos baixar os braços”, frisou, acusando os sindicatos que não aceitaram o acordo de dificultar as negociações.
Antes deste desfecho, o presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), um dos que rejeitou o acordo, explicou, à saída da reunião, que a proposta voltou a ser a mesma, um aumento imediato de 200 euros, ao qual se seguirão mais 50 e outros 50 num período posterior, num total de 300 euros. Ou seja, o Governo manteve a ideia avançada pelo primeiro-ministro de “nem mais um cêntimo” para acrescentar a esta negociação.
“Não conseguimos achar justificação válida. É um não definitivo”, afirmou o presidente do SPP, Paulo Macedo, que vê como discriminação o valor abaixo atribuído aos agentes da PSP quando comparado com os inspetores da PJ. “Não podemos aceitar que os polícias fiquem a ganhar menos que funcionários que não são polícias”, acrescentou.
Paulo Macedo indicou que as polícias pretendem seguir agora para o Parlamento, admitindo falar com os partidos para tentar uma outra solução, e mais manifestações. “Se for o caso podemos vir para a rua, sim, com um consenso mais alargado”, afirmou.