André Ventura pede demissão do porta-voz da CNE
O presidente do Chega pediu esta segunda-feira a demissão do porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, Fernando Anastácio, alegando que "mentiu aos portugueses" quando disse não ter recebido queixas sobre a possibilidade de desvirtuação do processo eleitoral.
"Se não quer que se lancem dúvidas sobre o processo eleitoral, doutor Fernando Anastácio só tem uma coisa a fazer neste momento, é demitir-se por ter mentido aos portugueses", afirmou o líder do Chega, falando no final de um jantar/comício em Portalegre.
O líder do Chega considerou que, "se o porta-voz da CNE está ao serviço do PS e não das eleições, então não tem condições de continuar" a exercer estas funções.
No sábado à noite, o líder do Chega alegou estar em curso uma tentativa para "desvirtuar o resultado" das eleições, que passaria por "anular os votos" do seu partido. Contactada pela Lusa, a CNE disse no domingo não ter em registo de qualquer queixa.
O BE condenou essa "piada de mau gosto" e instou este elemento a pedir dispensa da função que iria exercer, o que aconteceu antes da denúncia de Ventura.
Ventura disse ter recibo uma denúncia enviada à CNE na quinta-feira sobre este caso, contrariando Fernando Anastácio.
Quando chegou ao jantar/comício, que decorreu no mesmo local onde apresentou a sua candidatura a Presidente da República em 2021, o líder do Chega mostrou uma nova publicação da rede social X (antigo Twitter) para sustentar a sua teoria da possibilidade de os resultados eleitorais serem desvirtuados.
Em causa está um publicação de uma pessoa que se identifica como membro do Livre que escreveu: "estarei nas mesas de voto. Comigo estão avisados que todos os votos em branco irão para a IL e obviamente todos os votos da AD e do Chega serão nulos".
Na publicação, datada de sábado, o autor do 'post' acrescentou o seguinte comentário: "claro que é piada".
Hoje, a CNE disse que vai analisar as suspeitas levantadas pelo presidente do Chega sobre a possibilidade de anulação propositada de votos no partido nas legislativas.
"Vamos analisar esse assunto e depois, em função da informação disponível e dos factos que tivermos, ponderaremos [abrir investigação], mas ainda não foi apreciado", disse o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio.