Os destroços do helicóptero acidentado começaram a ser removidos na tarde desta terça-feira.
Os destroços do helicóptero acidentado começaram a ser removidos na tarde desta terça-feira.DR

INEM sem respostas para substituir helicóptero acidentado

Ao contrário do que está contratualizado, a Avincis não substituiu o helicóptero que caiu em Mondim de Basto em 24 horas. O INEM pediu pilotos para fazer operar o meio aéreo baseado em Viseu durante a noite mas ainda não obteve luz verde da empresa de aeronaves.
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“Não há qualquer previsão quanto à substituição do aparelho”, diz ao DN fonte do INEM, quando questionada sobre o prazo para entrar ao serviço o helicóptero de emergência médica em Macedo de Cavaleiros a funcionar 24 horas/dia e que irá substituir a aeronave acidentada na passada segunda-feira.

Em comunicado, enviado ao início da tarde desta terça-feira, o INEM esclarecia que “o contrato de locação de meios aéreos e aquisição de serviços de operação, gestão da aeronavegabilidade permanente e manutenção das aeronaves, estabelecido com o operador Avincis, prevê que a aeronave seja substituída num prazo de 24 horas. Até ao momento, esta substituição ainda não aconteceu”.

O acidente com o helicóptero aconteceu na segunda-feira, pelas 12.55, quando o meio aéreo se preparava para aterrar numa pedreira, em Mondim de Basto. Em rigor, a substituição do aparelho acidentado deveria ter ocorrido esta terça-feira, pela mesma hora. Ao final da tarde, contactado pelo DN, o Instituto Nacional de Emergência Médica continuava a não ter qualquer previsão para que tal viesse a acontecer. 

O INEM “solicitou ao operador que pudesse assegurar a colocação de equipas de pilotos em Viseu, por forma a operacionalizar o funcionamento daquele helicóptero no período noturno, encontrando-se a aguardar resposta”. Que não chegou, por parte da Avincis, até à hora de fecho desta edição. 

O helicóptero de Viseu é o mais próximo da zona onde operava a aeronave acidentada, em Macedo de Cavaleiros. No entanto, o meio de Viseu só está disponível durante 12 horas, assegurando o período diurno. O mesmo se passa com o helicóptero que opera a partir de Évora. Neste momento, somente o meio aéreo de Loulé opera durante 24 horas.

Perante a inoperacionalidade de uma aeronave em Macedo de Cavaleiros, o DN questionou o INEM sobre a possibilidade de serem reforçados os meios de socorro terrestres, como ambulâncias e VMER naquela região. Ao que o INEM garantiu: “Está operacional, desde esta terça-feira uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER) na base de helicóptero, em Macedo de Cavaleiros, a operar 24 horas/dia.”

Ao mesmo tempo, o DN questionou o Ministério da Saúde que afastou qualquer responsabilidades sobre o tema. Fonte do gabinete da ministra Ana Paula Martins referiu: “O INEM é autónomo na gestão de meios aéreos, portanto isso não passa pelo ministério. Neste momento, não vamos pronunciar-nos sobre o assunto. Vamos esperar pela evolução dos acontecimentos.”

A Avincis, empresa que opera os meios aéreos do INEM, respondeu à Lusa que "a aeronave de reserva do mesmo modelo, AW139, encontra-se em manutenção programada".

"Estamos a procurar concluir esses trabalhos tão rápido quanto seja possível, tendo em conta que a segurança é a nossa principal prioridade. Permanece, contudo, em operação um outro helicóptero AW139, além de dois AW109", afirmou àquela agência noticiosa fonte oficial da operadora para o serviço de helicópteros de assistência.

Entretanto, no local do acidente, começaram esta terça-feira, ao início da tarde, os trabalhos de remoção do aparelho. O comandante dos bombeiros de Mondim de Basto, Carlos Magalhães, informou que os bombeiros e elementos da Proteção Civil de Mondim de Basto, num total de 26 pessoas, estariam no local para fazer a proteção no decorrer dos trabalhos. É que, como foi já dito na segunda-feira, dentro da aeronave acidentada estão cerca de 900 litros de combustível e ainda equipamentos médicos que têm oxigénio.

A trasfega de combustível e a retirada do helicóptero do local são feitos pela empresa detentora do aparelho, o qual deverá ser levado para o hangar de investigação do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) no aeródromo de Viseu.

Com LUSA

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