A palavra mais usada nas últimas horas por diplomatas ocidentais no que concerne ao Médio Oriente é “desescalada”, no entanto todos os sinais são contrários. A embaixada dos Estados Unidos em Beirute aconselhou os seus cidadãos a saírem do Líbano depois de o Pentágono declarar o reforço da presença militar no Médio Oriente. Segundo o Pentágono, um grupo de ataque de porta-aviões liderado pelo USS Abraham Lincoln substituirá o grupo liderado pelo USS Theodore Roosevelt na região. Além disso, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, ordenou o envio de um esquadrão adicional de caças - que pode variar entre 8 e 24 aparelhos - para o Médio Oriente e um número também indeterminado de mais cruzadores e contratorpedeiros com capacidade de defesa contra mísseis balísticos. Estes anúncios dão-se na sequência da liquidação do líder político do Hamas Ismail Haniyeh, em Teerão, e do comandante do Hezbollah Fuad Shukr, em Beirute. Em relação a este último, o Irão afirmou esperar que o grupo xiita retalie de forma a atingir Israel em maior profundidade e deixe de se limitar a alvos militares. Segundo a missão diplomática do Irão nas Nações Unidas, “o Hezbollah e o regime [israelita] tinham respeitado certas linhas”, ou seja, limitar os ataques às zonas fronteiriças e a alvos militares, mas o ataque de terça-feira na capital libanesa, diz, ultrapassou essa linha. Na quinta-feira, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, já tinha prometido uma “inevitável resposta”.No que respeita a Haniyeh, os Guardas da Revolução dizem agora que a sua morte - tinha ido a Teerão assistir à tomada de posse do novo presidente iraniano - se deveu ao disparo de “um projétil de curto alcance com uma ogiva de cerca de sete quilos” do exterior do local onde o chefe político do Hamas estava hospedado. A versão anterior, divulgada pelo jornal The New York Times com base em fontes próximas da investigação, apontava para uma bomba instalada com antecedência. Os Guardas acrescentaram que Israel foi “apoiado pelos EUA” no ataque” e prometeram “um castigo severo”. As forças israelitas confirmaram ter matado um comandante do braço armado do Hamas em Nablus na sequência de dois ataques aéreos a dois automóveis, na Cisjordânia. No total, morreram nove pessoas.