Segundo o jornal Público, as novas inspeções, previstas abranger motociclos, triciclos e quadriciclos com cilindrada superior a 250 cm3, bem como reboques e semi-reboques com peso superior a 75o kg. Ao todo, um potencial novo mercado de 336 mil novas viaturas - 280 mil nas motorizadas e 56 mil nos reboques - de acordo com estimativas governamentais..O atraso na regulamentação leva o jornal a dizer que os centros de inspecções poderão mesmo vir a exigir indemnizações ao Governo. O professor da Universidade de Coimbra, Licínio Lopes Martins, especializado em Direito Administrativo, acredita que o Estado se arrisca a ter de pagar indemnizações aos centros de inspecção, face à demora na publicação dos diplomas necessários para as novas inspecções avançarem. "Os operadores podem pedir indemnizações ao Estado", considera, lembrando que os centros foram obrigados a fazer investimentos, mas agora não podem rentabilizá-los..Outro jurista, João Pacheco Amorim, advogado e professor da Universidade do Porto (UP), concorda que em tese as indemnizações são possíveis. "O Estado obriga os centros a fazer um investimento inútil, que depois fica parado e que não podem rentabilizar", analisa. Contudo, o docente da UP tem dúvidas de que os tribunais atribuam compensações em situações destas. "Os tribunais são muito conservadores nestas matérias", argumenta..O presidente da ANCIA, Paulo Areal, não pretende nesta fase recorrer aos tribunais, mas admite que nada impede os responsáveis de cada centro de o fazer. "As pessoas sentem-se enganadas com este processo", reconhece, estimando que o investimento global feito pelo sector na adaptação dos centros ronde os 30 milhões de euros..Para já, o Governo recusa comprometer-se com datas.