Força Aérea vai realizar estudo sobre tráfego civil na base do Montijo
O ministro da Defesa vai requerer à Força Aérea que se pronuncie sobre a abertura da base aérea do Montijo ao tráfego civil. A informação foi dada esta quarta-feira por Azeredo Lopes à Comissão parlamentar de Defesa, depois de questionado pelo deputado João Rebelo (CDS) sobre a adaptação daquela base militar como aeroporto complementar do de Lisboa.
Azeredo Lopes precisou que a opção da base do Montijo como complementar do aeroporto da Portela "está mais consolidada" por parte do Governo, "o que não quer dizer que esteja decidida" a escolha do local alternativo.
Nesse sentido, o governante pretende que a Força Aérea se pronuncie formalmente sobre a matéria, analisando os impactos para a Defesa da compatibilização do uso civil e militar da base do Montijo no curto, médio e longo prazo (e na fase de transição decorrente das obras de adaptação).
Bruno Vitorino (PSD) lamentou "o chorrilho de omissões e contradições do governo" sobre a solução aeroportuária complementar no Montijo e questionou quais os custos da eventual deslocalização de esquadras da Força Aérea para que outras bases e quem os paga.
O centrista João Rebelo considerou "absolutamente insuportável" que a Comissão de Defesa continue sem receber o recente estudo da ANAC sobre a solução "Portela+1" no Montijo, quando o documento "está nos jornais".
João Rebelo argumentou ainda que a tutela da Defesa "tem sido menorizada em todo este processo" conduzido pelo Ministério das Infraestruturas, o qual "parece dar como tudo decidido" quando o ministro Azeredo Lopes diz não haver ainda decisões - e está previsto para meados deste mês a assinatura de um memorando entre o Governo e a ANA que refere expressamente o Montijo como complementar da Portela.
O deputado anunciou ainda que vai requerer a audição parlamentar do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Manuel Rolo, sobre essa matéria.
Azeredo Lopes rejeitou haver menorização da Defesa nas discussões sobre a matéria e também a ideia de que a Força Aérea seja proprietária da base do Montijo.
"O papel da Defesa não é discutir onde" vai ser instalado o aeroporto complementar de Lisboa mas garantir que a operação da Força Aérea "vai continuar a realizar-se no mesmo plano, qualidade e eficiência" que tem ocorrido até agora.