Os melhores
Só precisamos cada vez mais de tecnologia inteligente porque estamos a ficar estúpidos. A ideia serve de premissa a uma crónica da especialista do Financial Times em Recursos Humanos e adapta-se bem à forma de vida de alguns dos melhores alunos do país. Pela inversa, obviamente. Quando partilham connosco os métodos de estudo e de organização que os ajudam a manter-se há anos no topo da lista, torna-se óbvio que estes miúdos deixam pouco ao acaso. Mas que também sabem divertir-se - não estão todo o dia com a cabeça enfiada nos livros, fazem desporto, dançam, estão com amigos como os outros adolescentes. Sobretudo, são miúdos que sabem pensar, que entendem como podem tirar o melhor partido possível das suas forças e corrigir as suas fraquezas, que são capazes de aprender o que é preciso para chegar aos melhores resultados - e isso não passa por empinar matéria mas por garantir que seguem o caminho correto e são capazes de procurar as ferramentas necessárias para obter os melhores resultados. Vivemos numa era em que os carros estacionam sozinhos, os frigoríficos dizem-nos que a comida que está lá dentro é pouco saudável, os telemóveis fazem-nos sentir peso na consciência por não fazermos exercício suficiente e até, como lembra Lucy, as escovas de dentes são inteligentes. Se as tarefas mais simples estão tão facilitadas, há máquinas de todos os tipos para garantir que as mais complexas são cumpridas sem erros. O que nos deixa num lugar difícil: até quando será mais vantajoso ter um homem do que o robô a fazer o mesmo trabalho? É aqui que miúdos inteligentes, capazes de escolher o seu caminho e com vidas normais para lá dos livros podem fazer toda a diferença. Além do papel que ocupam, eles incentivam os outros, os que estão ao lado, a ir mais longe, a tentar serem melhores. Essa capacidade de superação e essa vontade de ir mais longe são fundamentais para continuarmos a pensar e a fazer diferente. E isso é o que melhor nos distingue.